segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

O aquecimento para o Oscar

Em primeiro lugar, mea culpa: de fato, o Top 10 de ontem não rolou. Estou completamente enrolado e não consegui encontrar o tempo necessário ontem para fazê-lo com a atenção que merece. Mas como mês tem 5 domingos e eu planejei 4 Top 10 com temas musicais, ainda estamos dentro do esquematizado.

Para hoje, preparei um assunto que também estava precisando atualizar aqui no blog. Janeiro já chegou e, com ele, quase todas as premiações de críticos já foram feitas e as guildas dos produtores, roteiristas, diretores e atores de Hollywood, além do Globo de Ouro, já fizeram suas indicações. Em suma, estamos no auge da temporada de premiações, que é um grande prelúdio ao maior prêmio da indústria, o Oscar. E com a proximidade do dia 24, quando a Academia anunciará seus indicados, já podemos apontar os favoritos nas principais categorias. Minha visão inicial da corrida pelo ouro nas principais categorias vocês podem acompanhar a seguir:

- Melhor filme


Onze filmes despontam como favoritos aqui:

Os Descendentes
O Artista
O Homem Que Mudou o Jogo
A Invenção de Hugo Cabret
A Árvore da Vida
Os Homens que Não Amavam as Mulheres
Meia-Noite em Paris
Histórias Cruzadas
Cavalo de Guerra
Tudo Pelo Poder
Drive

Se a Academia ainda estivesse seguindo as regras dos dois anos anteriores, teríamos dez indicados aqui. Porém, este ano as regras foram alteradas e determinam que cada indicado deve atingir um coeficiente mínimo de votos para figurar aqui, fazendo com que possamos ter um número flutuante de indicados, entre 5 e 10 (o que é um meio de dizer: ok, erramos, mas não temos coragem de admitir que 10 indicados era má ideia então vamos usar essa solução meia boca por enquanto).
A pergunta que realmente importa é: se não sabemos quantos serão os indicados no final, quem realmente está praticamente garantido? Bem, eu diria que cinco filmes são indicação certa dia 24: Os Descendentes, O Artista, A Invenção de Hugo Cabret, Histórias Cruzadas e Cavalo de Guerra. Os cinco filmes tem feito bonito na temporada de premiações e são, além de tudo, filmes com temáticas que a Academia simplesmente adora. Quanto aos outros, está dando pinta de que esse ano Woody Allen voltará a ter um filme indicado à categoria máxima com Meia-Noite em Paris, e o filme tem ganhado muito gás com as premiações das guildas. O Homem que Mudou o Jogo também tem grandes chances por seu tema: um filme de esportes motivador e que conquista até quem não gosta de esportes. Eu diria que esses são os sete mais prováveis, mas também acho que uma oitava vaga está em aberto. Risco Tudo Pelo Poder, recebido muito friamente pela crítica, e A Árvore da Vida, muito "Festival de Cannes". Quem sobra? Dois filmes parecidos: temas pesados, sexo e violência. Drive e Os Homens que Não Amavam as Mulheres, na minha opinião, estão competindo entre si. Mas também acho que o fator David Fincher deve pesar a favor do último.

- Melhor diretor

Os mais bem cotados são... bem, os diretores dos filmes favoritos:

Alexander Payne (Os Descendentes)
Michel Hazanavicius (O Artista)
Bennett Miller (O Homem que Mudou o Jogo)
Martin Scorsese (A Invenção de Hugo Cabret)
Terrence Malick (A Árvore da Vida)
David Fincher (Os Homens que Não Amavam as Mulheres)
Woody Allen (Meia-Noite em Paris)
Tate Taylor (Histórias Cruzadas)
Steven Spielberg (Cavalo de Guerra)
George Clooney (Tudo Pelo Poder)
Nicolas Winding Refn (Drive)

Com mais de cinco filmes podendo ser indicados a melhor filme, parece estranho pensar que agora um diretor poderia ser indicado, mas seu filme não, algo que acontecia MUITO até 2009. E quem está melhor posicionado na corrida? Bem, para começar, Refn e Taylor são muito desconhecidos e seus filmes não têm força suficiente para alavancá-los. Podemos cortá-los. Malick e Clooney precisam que seus filmes sejam indicados, o que não vejo acontecendo. Alexander Payne, Michael Hazanavicius e Martin Scorsese parecem certos. Quem sobra? Spielberg, Fincher, Allen e Miller. Nada tem apontado realmente para Miller ao longo da temporada, então, se riscamos ele, ficamos com três monstros da direção contemporânea para disputar uma vaga. E a briga promete.

- Melhor ator


Nove atores (por dez filmes) aparecem na ponta:


Brad Pitt (O Homem que Mudou o Jogo)
George Clooney (Os Descendentes)
Leonardo DiCaprio (J. Edgar)
Jean Dujardin (O Artista)
Michael Fassbender (Shame)
Ryan Gosling (Tudo Pelo Poder e Drive)
Gary Oldman (O Espião que Sabia Demais)
Michael Shannon (O Abrigo)
Demian Bichir (A Better Life)

Categoria molezinha do ano, a menos que algo gigantesco aconteça. Arrisco dizer que temos quatro garantidos e cinco atores disputando a última vaga aqui. Só um milagre derruba Pitt, Clooney, DiCaprio e Dujardin (e talvez só um milagre tire o Oscar de Clooney). Oldman e Shannon vem perdendo força e Bichir é o maior azarão da temporada. Restam Gosling e Fassbender, dois astros do momento em Hollywood. Contra Gosling, a competição interna entre seus dois papéis. Contra Fassbender, o fato de estrelar no filme mais polêmico dos últimos tempos.

- Melhor atriz

Poderia colocar seis aqui só, mas vão nove:

Meryl Streep (A Dama de Ferro)
Glenn Close (Albert Nobbs)
Viola Davis (Histórias Cruzadas)
Michelle Williams (Minha Semana com Marilyn)
Rooney Mara (Os Homens que Não Amavam as Mulheres)
Tilda Swinton (Precisamos Falar Sobre Kevin)
Charlize Theron (Jovens Adultos)
Elizabeth Olsen (Martha Marcy May Marlene)
Kirsten Dunst (Melancolia)

Pensando bem, essa categoria deve ser a molezinha da temporada. Streep, Close, Davis, Williams e Swinton são as cinco favoritas, aparecendo em quase todas as premiações. A única que pode realmente estragar a festa de uma delas é Rooney Mara.  Theron, Olsen e Dunst estão aí porque, em se tratando de Oscar, nunca se sabe.

- Melhor ator coadjuvante

A mais disputada?

Albert Brooks (Drive)
Cristopher Plummer (Toda Forma de Amor)
Kenneth Branagh (Minha Semana com Marilyn)
Armie Hammer (J.Edgar)
Nick Nolte (Warrior)
Jonah Hill (O Homem que Mudou o Jogo)
Patton Oswalt (Jovens Adultos)
Erza Miller (Precisamos Falar Sobre Kevin)
Brad Pitt (A Árvore da Vida)
George Clooney (Tudo Pelo Poder)
Alan Rickman (Harry Potter e as Relíquias da Morte, Parte 2)
Andy Serkis (Planeta dos Macacos: A Origem)

Brooks e Plummer são os francos-favoritos, aparecendo nas principais premiações. Branagh também tem figurado constantemente entre os indicados na categoria. Nolte é um veterano em um papel difícil, e tem grandes chances de fazer o corte final. Hammer, Hill, Oswalt e Miller são atores novos e carismáticos, e acredito que no mínimo um deles chegará lá, provavelmente Hammer ou Hill. Quanto a Serkis, se ele não foi indicado por seu Gollum de O Senhor dos Anéis, duvido muito que consiga com seu símio Cesar. Já quanto a Rickman, sou brasileiro e não desisto nunca. Mas a verdade é que, com exceção de Brooks e Plummer, o resto é jogo aberto.

- Melhor atriz coadjuvante

Se "conjunto da obra" contasse...

Jessica Chastain (Histórias Cruzadas, A Árvore da Vida, O Abrigo, qualquer coisa)
Octavia Spencer (Histórias Cruzadas)
Berenice Bejo (O Artista)
Janet McTeer (Albert Nobbs)
Melissa McCarthy (Missão Madrinha de Casamento)
Shailene Woodley (Os Descendentes)
Vanessa Redgrave (Coriolanus)
Carey Mulligan (Shame)
Evan Rachel Wood (Tudo Pelo Poder)

Obviamente, se Chastain não aparecer na lista final, foi por competição entre seus próprios papéis. Mas acredito numa indicação por Vidas Cruzadas. Spencer e Bejo aparecem bem cotadas. Meu palpite é que as duas vagas restantes estão entre McTeer, McCarthy e Woodley.

Enfim, planejo fazer um pano geral das categorias de roteiro e técnicas antes da indicações, se o tempo permitir. Domingo é a cerimônia do Globo de Ouro e, lógico, o blog vai cobrir. Até lá!

2 comentários:

  1. Admito minha implicância com essa mania do cinema americano de se dar ao trabalho de fazer uma nova versão de sucessos só porque seu público não 'sabe' ler legendas.

    Eu sei que tem MUITO interesse comercial nisso, mas acho uma tremenda falta de imaginação.

    O filme "Os homens que não amavam as mulheres" original é ótimo. Passou em um cinema aqui no Rio (Odeon) e eu só vi porque aluguei. Uma pena.

    Não assisti ainda (acho que nem saiu aqui no Brasil ainda, mas não tenho ctz) a versão americana, mas vai ser difícil superar o original...

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  2. Eu sou muito suspeito pra falar, porque sou fã do David Fincher e até quando ele fez um filme ruim (Alien 3) eu achei divertido. Mas eu costumo achar remakes de filmes estrangeiros meio desnecessários.

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