quarta-feira, 18 de abril de 2012

Flashback: Titanic

Depois de quase duas semanas "fora", estou de volta. A razão pela ausência de post nesse intervalo é pura e simplesmente minha completa falta de tempo. Mas uma coisa eu posso garantir: não deixei de pensar no blog em nenhum minuto, e, na verdade, estou planejando algumas mudanças na casa para breve. Falarei mais sobre isso nos próximos posts, mas prometo que não vou deixar tanto tempo se passar sem atualizações por aqui.

Para voltar com todo o gás, e atendendo a alguns pedidos, resolvi aproveitar essa onda de ressuscitar filmes em versão 3D para falar daquele que talvez é o maior clássico do cinema dos últimos 20 anos, o que sem dúvidas justifica sua resenha neste blog: Titanic, de James Cameron. Seu legado é conhecido: foi o filme mais caro a ser produzido até então, a maior bilheteria de todos os tempos (foi superado depois por Avatar, também de Cameron), o filme com mais indicações ao Oscar, 14, empatado com A Malvada, e o filme que ganhou mais Oscars, 11, empatado com Ben Hur e O Senhor dos Anéis: O Retorno do Rei. Em uma nota mais pessoal, foi o primeiro filme não-animação que vi no cinema, o que de várias formas é algo bem marcante. Dito tudo isso, eu preciso deixar bem claro que não, não acho que Titanic seja o melhor filme da história e o maior feito cultural já realizado pela mão humana - mas também acho que seus detratores exageram e muito em sua fúria. É sem dúvidas um filme emocionante, extremamente bem-filmado e dirigido e definitivamente marcante, embora com o tempo eu tenha observado melhor uma ou outra falha que me impedem de falar em "perfeição".

Todo ser humano que não viveu na Terra Média ou em Nárnia nos últimos quinze anos conhece a história do filme, então apenas darei as pinceladas básicas. O Titanic foi o maior e mais luxuoso navio de seu tempo e era considerado insubmergível. A trama do filme começa na atualidade, com uma expedição do caçador de tesouros Brock Lovett (Bill Paxton) explorando os destroços do navio atrás do colar de diamantes conhecido como Coração do Oceano, que afundou com a embarcação. Ao encontrar uma pintura de uma bela mulher nua, Lovett é contatado por uma centenária Rose Dawson (Gloria Stuart), que conta a equipe sua saga como sobrevivente do naufrágio do Titanic. Uma adolescente Rose (Kate Winslet) embarcou no navio com a mãe (Frances Fisher) e o noivo, o mau-caráter Cal (Billy Zane). A bordo, Rose conheceu Jack Dawson (Leonardo DiCaprio), um pobretão com um talento notável para desenho. Os dois se apaixonam, para desgosto da mãe de Rose e ira de Cal, mas o maior dos problemas deles surge quando o navio se choca contra um iceberg - e o resto, literalmente, é história.

Titanic é provavelmente o melhor exemplo do talento de James Cameron para filmes de ação e efeitos. Sua reconstituição é magistral e as cenas do naufrágio do navio são verdadeiramente épicas. Em todos os aspectos técnicos, Titanic é de fato lendário. Não há um elemento sequer destoando, e é possível ver a mão de Cameron interagindo em cada cena e cada detalhe. O diretor, de fato, sempre foi famoso por seu preciosismo e presença constante (o que lhe rendeu a fama de ditador por alguns). Outra marca registrada de Cameron que o longa representa é sua preferência por filmes grandes e que não poupam despesas. Titanic é gigantesco em todos os aspectos. Pode não ser o meu preferido de sua filmografia, mas é um dos mais lindamente finalizados, sem dúvida. O elenco é bastante competente, com o destaque ficando para Stuart. Tanto DiCaprio quanto Winslet teriam atuações mais impactantes no futuro, mas foi aqui que suas carreiras realmente decolaram.

O meu grande porém com Titanic, contudo, uma questão que conforme os anos passam só se intensifica, é justamente seu roteiro. Sendo bastante direto: ele é fraco. É quase fraco demais para toda a produção que se construiu sobre ele. James Cameron nunca foi um grande roteirista - ele é mais um homem de imagens do que de palavras - e Titanic deixa isso claro. A banalidade de seu roteiro, quase clichê, incomoda bastante. É uma grande pena, pois uma história mais afiada poderia ter verdadeiramente colocando o filme em um outro patamar. Mas, de maneira geral, isso não teve qualquer influência no resultado final. O filme ainda é um sucesso, ainda existem jogadas de marketing sobre ele e referências culturais a seu respeito estão em qualquer lugar na internet. Em seus méritos, que são muitos, é um filme arrasador, e que ainda será lembrado por um longo, longo tempo.

Nota: 4,5 de 5,0.

0 comentários:

Postar um comentário