tag:blogger.com,1999:blog-37258608531871592692024-02-19T02:46:10.035-03:00Quick MotionGabriel Pereirahttp://www.blogger.com/profile/05414683119797091036noreply@blogger.comBlogger79125tag:blogger.com,1999:blog-3725860853187159269.post-50014627781031654572013-01-25T12:00:00.000-02:002013-01-25T12:00:58.169-02:00Análise: Amor<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgU0wFOL3q7WbVKqYiSpidZD5Ub1P-e82QPq4-OnwsEPcnGYith0d6Z0i_bQnQBk20GBVoEWCzrBiWAqJ_vs-R9vqmZqxbP6NZITrsyZa260Vy-J-_KC0-DTh7pLODm2fWIF9EFsb2ab-4/s1600/amour+poster.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgU0wFOL3q7WbVKqYiSpidZD5Ub1P-e82QPq4-OnwsEPcnGYith0d6Z0i_bQnQBk20GBVoEWCzrBiWAqJ_vs-R9vqmZqxbP6NZITrsyZa260Vy-J-_KC0-DTh7pLODm2fWIF9EFsb2ab-4/s200/amour+poster.jpg" width="135" /></a>Poucos filmes conseguem retratar o fim da vida de maneira tão forte, brutal e inevitável, mas ainda assim tão poética quanto <i>Amor</i>, nova obra do diretor austríaco Michael Haneke. <i>Amor </i>é uma surra cinematográfica: o tipo de filme que não te dá paz, te conduz até um desfecho que você sabe bem como será, mas que te prende em uma teia de roteiro sólido, belas tomadas e direção caprichada, de forma que você simplesmente se recusa a sair enquanto tudo não estiver terminado. Haneke é um diretor de imenso talento, com uma filmografia vasta e que, assim como em <i>Amor</i>, toca em temas delicados, sempre com uma estética rica. Com seu novo longa, porém, seu reconhecimento internacional parece ter triplicado, em boa hora. O maior exemplo disso são as cinco indicações do filme ao Oscar (filme, filme estrangeiro, direção, atriz e roteiro original). O sucesso é justificado. Ao mesmo tempo em que <i>Amor </i>é um dos filmes mais chocantes dos últimos tempos, é também um dos mais bonitos.<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiCImobL63z56YcJqQfPp9GwDOGCKKkSNBLgQBUU7488kXy8SsF8Qejjb8vVL180odQ6hF_ICKTC3SrDMvw1MEfTNr73ex396r0fMDh-GT6PyUYhBCrdFKjhSa_eB4syrnTRIsroeG30_0/s1600/amour1.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="112" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiCImobL63z56YcJqQfPp9GwDOGCKKkSNBLgQBUU7488kXy8SsF8Qejjb8vVL180odQ6hF_ICKTC3SrDMvw1MEfTNr73ex396r0fMDh-GT6PyUYhBCrdFKjhSa_eB4syrnTRIsroeG30_0/s200/amour1.jpg" width="200" /></a>Os veteraníssimos Jean-Louis Trintignant (que atuou, entre outros, em <i>Um Homem, Uma Mulher</i>, <i>Z </i>e <i>A Fraternidade é Vermelha</i>) e Emanuelle Riva (que estreou em <i>Hiroshima, Meu Amor</i> e fez também <i>A Liberdade é Azul</i>, esse último após uma longa pausa na carreira) são Georges e Anne, um casal de professores de música aposentados na faixa dos 80 anos que mora em um apartamento em Paris. Após uma cirurgia para desbloquear uma artéria sair errado, Anne sofre um derrame e fica com o lado direito do corpo paralisado, tendo que se conformar com uma vida em uma cadeira de rodas. Porém, esse é apenas o começo da deterioração de sua saúde.<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj-JXR4zSWUJLF4MC1vXwgrPDbL-YGT24LKsqan6KREinpuh8EWvQpq7hiWGjwfEHecgxPF5BL_S7j3dHJIXCv9hLKoqaK2GtmBeJwXEQwfLhrnanfNh1eJnlDnlo8jeUKCiLGHq2djfw8/s1600/amour2.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="140" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj-JXR4zSWUJLF4MC1vXwgrPDbL-YGT24LKsqan6KREinpuh8EWvQpq7hiWGjwfEHecgxPF5BL_S7j3dHJIXCv9hLKoqaK2GtmBeJwXEQwfLhrnanfNh1eJnlDnlo8jeUKCiLGHq2djfw8/s200/amour2.jpg" width="200" /></a></div>
Essa é a premissa simples de <i>Amor</i>. A partir dela, somos convidados a assumir o mesmo papel de Georges: assistir a irreversível e lenta partida de Anne. Enquanto marido tenta tornar a vida da esposa o mais confortável possível, ainda que tenha que superar os próprios sentimentos primeiro, ela se recusa a aceitar seu estado. E quem poderia julgar? Haneke é impiedoso. Por meio de pequenas cenas, gestos e diálogos, eles nos aproxima de Georges e Anne e nos faz entender tudo que se passa pela cabeça dos dois diante da fatalidade. Sua câmera quase não se move, de modo que às vezes filma tudo sem pudor, enquanto outras vezes prefere mostrar o nada. A técnica é usada com sabedoria, e o efeito é sempre impactante. Riva tem o trabalho mais difícil, o de se mostrar frágil e gradativamente incapaz, mas Trintignant tem uma missão tão delicada quanto, a de ser a força onde a princípio não existe nenhuma. Ambos estão impecáveis. Há também a participação de Isabelle Huppert como a filha do casal. Sua personagem funciona como elemento externo, uma ruptura ao casal e sua casa, e é uma adição interessante, embora esporádica.<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgUh7wnpt57lhrzQ9w-lTa54A_BW6k5dCRZjOAuS-WV6BDfihUdY8IgvOUyCr-JPvZxJ0f1Qh4bBnarnWiEhuWIZaELJUatd7n4LS_v6zxhwDbp7cZrmfsJCjIkSpmlJ_Eu-VwgU_5cn6U/s1600/amour3.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="113" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgUh7wnpt57lhrzQ9w-lTa54A_BW6k5dCRZjOAuS-WV6BDfihUdY8IgvOUyCr-JPvZxJ0f1Qh4bBnarnWiEhuWIZaELJUatd7n4LS_v6zxhwDbp7cZrmfsJCjIkSpmlJ_Eu-VwgU_5cn6U/s200/amour3.jpg" width="200" /></a></div>
<i>Amor </i>é um filme extremamente difícil. Seu tema é denso, pesado e toca em uma parte da vida que, embora certa e inevitável, preferimos varrer para debaixo do tapete. Ele nos faz confrontar a perspectiva da morte, de maneira direta, sem rodeios ou floreios. Com exceção das tomadas iniciais, toda a ação se passa dentro do mesmo apartamento, o que aumenta a sensação de aprisionamento pelo destino. Apesar disso, é um filme com uma beleza que nasce da simplicidade de sua proposta. O "amor" do título não é decorativo nem está ali para enganar alguém. Mas a vida não só termina como pode ser árdua e cruel antes disso. É a maneira como enfrentamos o que está por vir - e virá, não há jeito - que faz a diferença. Tenho a sensação de que é isso que Haneke quer dizer, no fim das contas.<br />
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Nota: 5,0 de 5,0.Gabriel Pereirahttp://www.blogger.com/profile/05414683119797091036noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3725860853187159269.post-9735320488774449832013-01-18T19:36:00.000-02:002013-01-18T20:50:33.367-02:00Análise: O Som ao Redor<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg3mVf9Ltf09ZM8-XE6V-SeGONzhX-2YyguIcnC2L9GxxsjovUSqqCNN_NbJi1yrR-IM5s2S3rJc-ros-w_m8381WETdW5pxY_T8airhkMXLeQ1nGKYF0j6oeFMh4tMzXjDiG1W1SsytA0/s1600/o-som-ao-redor.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg3mVf9Ltf09ZM8-XE6V-SeGONzhX-2YyguIcnC2L9GxxsjovUSqqCNN_NbJi1yrR-IM5s2S3rJc-ros-w_m8381WETdW5pxY_T8airhkMXLeQ1nGKYF0j6oeFMh4tMzXjDiG1W1SsytA0/s200/o-som-ao-redor.jpg" width="152" /></a></div>
Filmes que retratam a expansão urbana e os choques e tensões decorrentes são bastante comuns nos últimos tempos. O que, na verdade, é algo bastante natural e sintomático. Porém, o tema parece ter encontrado um de seus melhores defensores em <i>O Som ao Redor</i>, primeiro filme de ficção de Kléber Mendonça Filho. Mais ainda, o filme é uma das melhores produções do cinema nacional recente, filho de uma indústria que sofre muitas críticas de maneira bastante injusta. Quando se olha para longe das produções de grandes estúdios - leia-se as comédias genéricas ou os pseudo-dramas que não passam de novelões da Globo Filmes -, descobre-se boas pérolas nacionais, com roteiros e direção que não devem nada às produções de países com um cinema consolidado há anos.<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiHmC9y5Z5jIavQqhwARzqRCuPIvkc_XV4x-cJWRjdRxacyg0azJjcy3G9dZDxMnbBrtgw2qLMfKKzf_ZVp1FsoptNYeJIApyYAaUVn96qg4QlMRWPPHvVaXDPLv5X-Hc8Et5Wu3uJL0dg/s1600/o+som+ao+redor+1.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="133" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiHmC9y5Z5jIavQqhwARzqRCuPIvkc_XV4x-cJWRjdRxacyg0azJjcy3G9dZDxMnbBrtgw2qLMfKKzf_ZVp1FsoptNYeJIApyYAaUVn96qg4QlMRWPPHvVaXDPLv5X-Hc8Et5Wu3uJL0dg/s200/o+som+ao+redor+1.jpg" width="200" /></a></div>
<i>O Som ao Redor</i> não explica-se demais, deixando ao público juntar muitas peças de seus vários quebra-cabeças, e isso trabalha a seu favor. Sua premissa básica é acompanhar a rotina de um grupo de moradores de uma rua de classe média alta de Recife. Essa rotina é abalada após a chegada de uma equipe de segurança que é contratada pelos moradores para tentar conter a criminalidade ascendente da região, apesar de ganhar a desconfiança de muitos. Debaixo da trama, existem várias camadas de dramas e situações peculiares a cada personagem, ainda que seja inadequado falar em sub-trama já que cada camada contribui com peso igual para a história. Em especial, e uma das maiores metáforas do filme, está o duelo da dona de casa e mãe de família, entediada e frustrada com a vida e que coloca os filhos para estudar mandarim além do inglês, contra o cachorro dos vizinhos, que passa as madrugadas latindo.<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg8AwtxkyaQaPeuRX-a9Zxrtr04qbWACrXACqCZU_YBoFrxzdK5qKuLi3HOLVpaAKGUqEA5vgvNUS_wziO67eAVKYiWFNcungEz1QCVDdi16NPrPot-d_DMgudetioQY6rSU5sBoMr1y0o/s1600/o+som+ao+redor+2.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="104" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg8AwtxkyaQaPeuRX-a9Zxrtr04qbWACrXACqCZU_YBoFrxzdK5qKuLi3HOLVpaAKGUqEA5vgvNUS_wziO67eAVKYiWFNcungEz1QCVDdi16NPrPot-d_DMgudetioQY6rSU5sBoMr1y0o/s200/o+som+ao+redor+2.jpg" width="200" /></a></div>
De muitas formas, Recife é uma metáfora, um cenário que poderia ser qualquer capital do Brasil. O som é o grande e óbvio símbolo do filme. Sempre onipresente e invasivo, ele representa a expansão urbana e suas consequências indesejadas. Um incômodo, representante de tudo que está errado. A vida da cidade grande é barulhenta e paranoica, o filme de Mendonça Filho nos prova de maneira assustadora. A violência a que somos submetidos é apenas a ponta do problema. Porém, há uma discussão mais velada, embora tão significativa quanto, a respeito de conceitos como espaço público e propriedade. Nesse aspecto, o Nordeste e seu histórico de coronelismo é um cenário bastante interessante. A última frase do filme é muito significativa, e seu duplo sentido parece resumir bem a discussão da fina linha entre liberdade e aprisionamento nas capitais do progresso e dos condomínios de grades e sistemas de vigilância. A sensação de encarceramento, aliás, seja pelos limites urbanos ou pela própria vida que os personagens levam é constante e reforçada pelo fato de que a maior parte das passagens do filme acontece na mesma rua.<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgwvVXo2G0WTf-tZ9nR7pEYlJkAsNFFD7-1V13Ja0rdUA-KeLCgjir_c22eXhQVIfv1ykSNFw5FtwxqWH5ofvEHK72w2g4npFycnmLhJzCt-eLMvRO_IDlJ2mnoa7tWNwwSZ_RP95YI1NA/s1600/O+Som+ao+Redor+3.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="133" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgwvVXo2G0WTf-tZ9nR7pEYlJkAsNFFD7-1V13Ja0rdUA-KeLCgjir_c22eXhQVIfv1ykSNFw5FtwxqWH5ofvEHK72w2g4npFycnmLhJzCt-eLMvRO_IDlJ2mnoa7tWNwwSZ_RP95YI1NA/s200/O+Som+ao+Redor+3.jpg" width="200" /></a></div>
De modo geral, <i>O Som ao Redo</i>r consegue explorar uma pluralidade de temas, todos relativos à vida no século XXI, sem se perder ou ter seu ritmo prejudicado. Não só o roteiro de Kléber Mendonça Filho é muito bom, como também sua direção é realmente boa. Sem dúvida, já é um dos cineastas brasileiros mais promissores. Também gostei bastante da fotografia, que rende alguns dos planos mais bonitos que já vi no cinema nacional. Créditos a Pedro Sotero e Fabrício Tadeu. O filme tem colecionado prêmios em festivais e mostras em vários lugares como Rio de Janeiro, Gramado, Nova York, Copenhague e Roterdã, e ganhou destaque por entrar na lista de melhores filmes de 2012 do New York Times, reconhecimento bem-vindo e muito justo. É um filme consideravelmente perturbador, que pende fortemente para os malefícios e problemas de ser viver em uma cidade grande nos anos 2010. Mesmo para alguém tão urbano e que vê tantas qualidades e tanta vida na agitação das metrópoles quanto eu, é impossível ignorar a mensagem e reconhecer seu peso.<br />
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Nota: 5,0 de 5,0.Gabriel Pereirahttp://www.blogger.com/profile/05414683119797091036noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3725860853187159269.post-32472846851798714652013-01-16T19:37:00.002-02:002013-01-16T21:17:25.637-02:00Análise: As Aventuras de Pi<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiBOjJ-lch3_nPRHaGiPYaB3ljo-KFkYb_P1WLW3AB1E8XHECcvkRKv2c92jAwwo7jsftO_jX1B2Og3eyoXgXXJWheHQpCbz_E7QpifyUo2jusgc_r4V0Q8f9nsy0shN5rsTSoaeoxw3Es/s1600/Life_of_Pi_2012_Poster.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiBOjJ-lch3_nPRHaGiPYaB3ljo-KFkYb_P1WLW3AB1E8XHECcvkRKv2c92jAwwo7jsftO_jX1B2Og3eyoXgXXJWheHQpCbz_E7QpifyUo2jusgc_r4V0Q8f9nsy0shN5rsTSoaeoxw3Es/s200/Life_of_Pi_2012_Poster.jpg" width="133" /></a></div>
<span style="background-color: white; color: #222222; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px;">Como filmar o que não pode ser filmado? Como expressar emoções tão profundas em meio ao mais simples dos cenários, em uma proposta que limita, por sua própria natureza, um vasto leque de possibilidades? Se você conta com o gênio de um diretor como Ang Lee e o roteiro com toque de mestre de David Magee, isso fica fácil. Trabalhar com cenários limitados ou elenco reduzido não é uma novidade no cinema, mas </span><i style="background-color: white; color: #222222; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px;">As Aventuras de Pi</i><span style="background-color: white; color: #222222; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px;">, de Ang Lee, consegue se destacar como uma superprodução minimalista ao trabalhar uma premissa de difícil execução com sensibilidade apurada e colocando na medida certa os ingredientes de sua receita. Adaptado do romance de Yann Martel, o filme vai do drama à aventura e à fantasia com fluidez notável, e é provavelmente o filme mais espiritual e carregado de sentimento de Lee até aqui.</span><br />
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<div class="separator" style="background-color: white; clear: both; color: #222222; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj2kNHzbRbI9Lq9gnCfa9pVfyfPO0cZB1Y-f8nz9TN6AyAzybtJgFf7Iw9YNkpT1LOSyuvtq08nbBxun98E1GTveui6FNDC2GLwcNggWJCkfHhNFMdOKZy75lA1yOlqYD0_dgdmBJcbHhM/s1600/life+of+pi+1.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; color: #888888; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em; text-decoration: initial;"><img border="0" height="112" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj2kNHzbRbI9Lq9gnCfa9pVfyfPO0cZB1Y-f8nz9TN6AyAzybtJgFf7Iw9YNkpT1LOSyuvtq08nbBxun98E1GTveui6FNDC2GLwcNggWJCkfHhNFMdOKZy75lA1yOlqYD0_dgdmBJcbHhM/s200/life+of+pi+1.jpg" style="-webkit-box-shadow: rgba(0, 0, 0, 0.0980392) 1px 1px 5px; border: 1px solid rgb(238, 238, 238); box-shadow: rgba(0, 0, 0, 0.0980392) 1px 1px 5px; padding: 5px; position: relative;" width="200" /></a></div>
<span style="background-color: white; color: #222222; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px;">O cerne da trama é simples: Pi (Irrfan Khan), um indiano dono de um zoológico no Canadá, conta a um escritor a respeito dos 227 dias que sobreviveu sozinho como náufrago em um barco após um naufrágio que matou sua família, tendo como única companhia um tigre-de-bengala, animal do zoológico de seu pai, quando tinha 16 anos (interpretado pelo estreante Suraj Sharma). Sobreviver à natureza, como Pi logo percebe, é apenas parte do problema, já que o isolamento e a solidão cobram um preço bastante alto por sua presença indesejada e a linha entre realidade e ilusão começa a se desfazer cedo demais.</span><br />
<br style="background-color: white; color: #222222; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px;" />
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhyt5UMW4JKn9r1oMdVZP-yqvyqwat1AyEV2dIz5jO46aUhMmB2U2W7LDxHgc_UYktExsY5kdjoLlJbVlwJuSRm43Mx0czDZIGqPhcL0qwX11VmB5AV_G7McqF7oxVQ6bJ9MK3rNfRcjRA/s1600/life+of+pi+3.jpg" imageanchor="1" style="background-color: white; clear: left; color: #888888; float: left; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em; text-decoration: initial;"><img border="0" height="116" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhyt5UMW4JKn9r1oMdVZP-yqvyqwat1AyEV2dIz5jO46aUhMmB2U2W7LDxHgc_UYktExsY5kdjoLlJbVlwJuSRm43Mx0czDZIGqPhcL0qwX11VmB5AV_G7McqF7oxVQ6bJ9MK3rNfRcjRA/s200/life+of+pi+3.jpg" style="-webkit-box-shadow: rgba(0, 0, 0, 0.0980392) 1px 1px 5px; border: 1px solid rgb(238, 238, 238); box-shadow: rgba(0, 0, 0, 0.0980392) 1px 1px 5px; padding: 5px; position: relative;" width="200" /></a><span style="background-color: white; color: #222222; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px;">Porém, sob essa superfície, mas não exatamente ocultos, estão temas relativos à natureza humana que se tornam altamente pertinentes e significativos conforme o filme avança para seu desfecho. A essência e a importância da religião são o tema que salta primeiro aos olhos - o escritor procura Pi em busca de uma história que o inspire a acreditar em Deus -, contudo também se faz presente uma discussão, de maneira sutil e impressionante, sobre os limites do ser humano e sua capacidade de sobreviver, reerguer e recomeçar, mesmo após a maior das tragédias. De certo modo, alguém poderia dizer que, além disso tudo, </span><i style="background-color: white; color: #222222; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px;">As Aventuras de Pi </i><span style="background-color: white; color: #222222; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px;">é um história de como contar uma história. Essa interpretação provavelmente está tão certa quanto todas as outras. No final, a mensagem que fica é bastante diferente daquela que você poderia esperar no começo, mas é sem dúvida uma das mais importantes e relevantes dos últimos tempos.</span><br />
<br style="background-color: white; color: #222222; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px;" />
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEivrNZLuDbTAaQQvqfQE5NTV-ZUwQFFOPUnlmvMkrTWxsxFAim8uq_mc9ex4bXSY7l2997v4RbV-k-90Hg9wCKhKxR6GAn4w30Q4Y0-KXf5-drhIOf9uGlhP5bM0K6LpYgEF47gjJG6hb8/s1600/life+of+pi+2.jpg" imageanchor="1" style="background-color: white; clear: right; color: #888888; float: right; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em; text-decoration: initial;"><img border="0" height="112" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEivrNZLuDbTAaQQvqfQE5NTV-ZUwQFFOPUnlmvMkrTWxsxFAim8uq_mc9ex4bXSY7l2997v4RbV-k-90Hg9wCKhKxR6GAn4w30Q4Y0-KXf5-drhIOf9uGlhP5bM0K6LpYgEF47gjJG6hb8/s200/life+of+pi+2.jpg" style="-webkit-box-shadow: rgba(0, 0, 0, 0.0980392) 1px 1px 5px; border: 1px solid rgb(238, 238, 238); box-shadow: rgba(0, 0, 0, 0.0980392) 1px 1px 5px; padding: 5px; position: relative;" width="200" /></a><span style="background-color: white; color: #222222; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px;">A direção de arte e a fotografia de Claudio Miranda são responsáveis por dar vida e versatilidade a um cenário que por cerca de 70% do filme se resume a um barco e ao oceano. Unidos, formam um milagre cinematográfico. Os efeitos especiais são provavelmente os melhores do ano, com destaque para a cena do naufrágio e claro, o impressionante tigre de CGI, uma das criações mais verossímeis da computação gráfica para cinema. Tecnicamente impecável e indicado a 11 Oscars (filme, direção, roteiro adaptado, fotografia, montagem, efeitos especiais, mixagem de som, edição de som, design de produção, trilha sonora e canção), </span><i style="background-color: white; color: #222222; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px;">As Aventuras de Pi</i><span style="background-color: white; color: #222222; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px;"> coroa em especial o talento de duas pessoas: Suraj Sharma, olhos, ouvidos, corpo e coração de Pi. Ainda que sua performance não tenha sido um reconhecimento universal, injustamente, ele segura com mérito e basicamente sozinho a missão de levar às câmeras até a mais sutil das emoções da história. O outro destaque, claro, é Ang Lee e sua direção sempre competente. Ele não tenta revolucionar a maneira de fazer cinema aqui (Em </span><i style="background-color: white; color: #222222; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px;">O Tigre e o Dragão</i><span style="background-color: white; color: #222222; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px;"> suas "brincadeiras" são mais explícitas, por exemplo), porém é justamente a simplicidade da proposta o que a torna especial. O produto final é um filme esplendidamente realizado e, possivelmente, um dos mais bonitos dos últimos tempos.<br /><br />Nota: 5,0 de 5,0.</span>Gabriel Pereirahttp://www.blogger.com/profile/05414683119797091036noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3725860853187159269.post-44473063930790459052013-01-11T11:59:00.000-02:002013-01-11T11:59:02.410-02:00Análise: Detona Ralph<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiaXE7_jbzJxw5MPDYStR5uH07fWbtDrkxsmRaQA2boRAPWSa4zaMFk5Nk3ZqM6qfwO1L6NY-npiCuoZRUj8eX4RjUi7NZ9qckK2BMl-eCYAgjb69ap-Ap7Bv07pVrLOs7kjmXKkqtQjMc/s1600/Detona-Ralph-poster-brasil.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiaXE7_jbzJxw5MPDYStR5uH07fWbtDrkxsmRaQA2boRAPWSa4zaMFk5Nk3ZqM6qfwO1L6NY-npiCuoZRUj8eX4RjUi7NZ9qckK2BMl-eCYAgjb69ap-Ap7Bv07pVrLOs7kjmXKkqtQjMc/s200/Detona-Ralph-poster-brasil.jpg" width="136" /></a></div>
Quem me conhece, sabe que eu gosto bastante de video games. Tendo sido criado com um Super Nintendo e, posteriormente, com um Nintendo 64 em casa, não poderia ser de outra maneira. O fato de eu ter três consoles em casa talvez fale por si só, embora eu tenha que fazer meu melhor para dividir a atenção entre eles com tempo limitado. Esse amor é em parte responsável por eu ter gostado tanto de <i>Detona Ralph</i>, a mais recente animação 3D da Disney. Outro responsável é muito mais simples: o filme é realmente bom. Apesar de sua aura atrativa para gamers, ele pode ser muito bem apreciado, em função de seus temas universais, por quem não tem muito contato com o universo dos video games, e esse é um ponto forte a seu favor. Em especial, ele é uma lufada de ar fresco depois de dois anos com poucas animações que realmente conseguiram trazer algo novo ou simplesmente empolgar fãs pelo mundo.<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjAzjup-yt9OMK3xpGj0rVOoZmqDf5be1xTVWYSdGS45PTuPQlQSF8fyXLP850yRAvxIzmNt1bQYk2Wb8wUfKpGOj3iTLo1w7jxa896-wjdak6M_YqIW88GuQFjc-L1ikmYLspC3da9n_4/s1600/detona+ralph+1.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="111" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjAzjup-yt9OMK3xpGj0rVOoZmqDf5be1xTVWYSdGS45PTuPQlQSF8fyXLP850yRAvxIzmNt1bQYk2Wb8wUfKpGOj3iTLo1w7jxa896-wjdak6M_YqIW88GuQFjc-L1ikmYLspC3da9n_4/s200/detona+ralph+1.jpg" width="200" /></a>Explorando um universo vastíssimo, o roteiro decidiu focar seus protagonistas no mundo dos arcades, ou fliperamas, como ficaram conhecidos no Brasil, os tradicionais video games operados a base de moedas. Detona Ralph é o vilão do game Conserta Felix Jr., onde antagoniza o personagem título promovendo uma onda de destruição, até ser fatalmente vencido ao fim de cada partida. O problema é que fazendo a mesma coisa diariamente por trinta anos, Ralph está em uma crise de identidade. Cansado de viver no ostracismo, ser repudiado pelos outros personagens de seu jogo por suas vilanias e incapaz de encontrar ajuda com os outros colegas vilões - no mundo de <i>Detona Ralph</i> os personagens podem viajar pelo sistema de cabos da loja onde moram e entrar em outros jogos -, Ralph decide que está na hora de uma mudança de ares. Em seu caminho atrás de reconhecimento e uma medalha de herói, ele conhece outros games e, em um deles, uma simpática garotinha corredora, Vanellope, com quem forma um laço. Mas, como não poderia deixar de ser, a tentativa de Ralph de mudar a ordem pré-estabelecida coloca o mundo dos video games em súbito perigo - e é aí que as coisas começam a ficar intensas.<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj2vhDPAMlbm1Yc2QhbNL0L9Xvp8QJyCBlU8cC6hXNteP-5Lqvn1nIvc-hvLNJYNsfs7NJTOFyPodZEYjRcmxPiscfUv-HK73RUltW2ujG7GkiIrNIZx9PtQaE6RAAYVTf4y614rIvnh74/s1600/detona+ralph+3.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="133" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj2vhDPAMlbm1Yc2QhbNL0L9Xvp8QJyCBlU8cC6hXNteP-5Lqvn1nIvc-hvLNJYNsfs7NJTOFyPodZEYjRcmxPiscfUv-HK73RUltW2ujG7GkiIrNIZx9PtQaE6RAAYVTf4y614rIvnh74/s200/detona+ralph+3.jpg" width="200" /></a>Satisfatório para o público em geral, mas com apelo particular para os fãs de video game, <i>Detona Ralph</i> pode não ser uma sequência desenfreada de referências a jogos e personagens na tela. Verdade, muitos personagens foram licenciados para fazer aparições, e temos Bowser, Sonic, Zangief, Chun Li (numa cena piscou-perdeu), entre outros fazendo pontas. Mas a intenção do filme nunca foi fazer uma homenagem - acaba sendo, mas de maneira indireta. Explorando um universo rico e cheio de possibilidades, <i>Detona Ralph</i> quer apenas contar sua história, e esse é o foco que quem vai assistir deve ter em mente. Assim, vai curtir sempre que reconhecer algo na tela e aproveitar uma grande animação, indicada com justiça ao Oscar de melhor animação.<br />Ps.: Antes do filme está sendo exibido o curta <i>O Avião de Papel</i>, também indicado ao Oscar ontem, na categoria curta de animação. Outro que vale muito a pena, história simples e bonita.<br /><br />Nota: 5,0 de 5,0.Gabriel Pereirahttp://www.blogger.com/profile/05414683119797091036noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3725860853187159269.post-38457834140557195362013-01-09T19:04:00.002-02:002013-01-09T19:13:23.409-02:00Análise: As Vantagens de Ser Invisível<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiUjjC4RtekAnXbXPXe2K_6DvhbTZc_TRQL1o50Hzvq-zPwMHQdQNmJWwLJoN6GtsbtM-pBT1yycwCp2tQG2jdyowrb9nzzPzm_LrYfDVX4fQ3Hw9D__Q1R9jOP3u7I5REwPV0eQd_ZxvY/s1600/hr_The_Perks_of_Being_a_Wallflower_poster.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiUjjC4RtekAnXbXPXe2K_6DvhbTZc_TRQL1o50Hzvq-zPwMHQdQNmJWwLJoN6GtsbtM-pBT1yycwCp2tQG2jdyowrb9nzzPzm_LrYfDVX4fQ3Hw9D__Q1R9jOP3u7I5REwPV0eQd_ZxvY/s200/hr_The_Perks_of_Being_a_Wallflower_poster.jpg" width="178" /></a></div>
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"<i>We accept the love we think we deserve</i>"</div>
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Eu me lembro claramente que quando estava no colégio (e lá se vão cinco anos desde que terminei o ensino médio), uma das coisas que eu evitava ao máximo fazer era demonstrar conhecimento a respeito de um determinado assunto. Eu sempre tive inclinação e habilidade para as áreas humanas, de forma que gostava de pesquisar e aprender sobre história, geografia, literatura e línguas. Apesar disso, o mundo de um adolescente é, a princípio, cruel, e dar sinais de qualquer interesse maior do que é "saudável" em assuntos curriculares nunca é visto com bons olhos. Então você segue a dança. Comecei essa resenha com esse pedaço de lembrança porque foi ele que me permitiu me conectar logo cedo com o protagonista de <i>As Vantagens de Ser Invisível</i>, filme do diretor de primeira viagem Stephen Chbosky, adaptado de seu próprio livro.<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi-rEOXnWDfTcaZOBGalTpRqboLXKS_FQWzLNramNsU-8fcW5-CCNDDwokgw3j65YIxLYQVtLxBkBNd8PpREJigIpdprl8OS8seUd6jbl-d1AUmVAeKR2fn05utXRKGxEgIlpVtz3q-9W0/s1600/AS+VANTAGENS+DE+SER+INVIS%C3%8DVEL.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="132" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi-rEOXnWDfTcaZOBGalTpRqboLXKS_FQWzLNramNsU-8fcW5-CCNDDwokgw3j65YIxLYQVtLxBkBNd8PpREJigIpdprl8OS8seUd6jbl-d1AUmVAeKR2fn05utXRKGxEgIlpVtz3q-9W0/s200/AS+VANTAGENS+DE+SER+INVIS%C3%8DVEL.jpg" width="200" /></a>Pela lente e enredo de Chbosky seguimos Charlie (Logan Lerman), um garoto que, como meu eu adolescente e tantos outros no mundo, busca algumas coisas fundamentais: aceitação, pertencimento, a sensação de ser importante para algo ou alguém. Sugado de seu mundo infantil de fantasia para um mundo mais frio e incerto, após sofrer uma série de perdas e tropeções em pedras no caminho, seu único objetivo é sobreviver ao ensino médio. E ele está convencido de que terá que fazer isso sozinho, até conhecer Sam (Emma Watson) e seu irmão, Patrick (Ezra Miller). Sam e Patrick, acostumados a não pertencerem ao grupo dos populares e seguros de quem são, tornam-se a chance de redenção para o solitário Charlie, que se vê, pela primeira vez, parte de algo. Mas logo fica claro que os dois irmãos possuem demônios tão fortes quanto os de Charlie para destruir, e Charlie, que tanto precisa de ajuda, também pode ajudar.</div>
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiiqJ3B-vGaKA7WYmspuC_CYBz6ubbHJYIrDW2kAB2NujcyOQTc80ursZQNP_z1cWf-MiqCSgbnyT-x5dQLlBROMAtLWNmL4E_6QXvmAq4wl5fYNjIVUpJc6Z1UHfTfrAhITVtZNBTJrxI/s1600/vantagens+de+ser+invis%C3%ADvel.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="104" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiiqJ3B-vGaKA7WYmspuC_CYBz6ubbHJYIrDW2kAB2NujcyOQTc80ursZQNP_z1cWf-MiqCSgbnyT-x5dQLlBROMAtLWNmL4E_6QXvmAq4wl5fYNjIVUpJc6Z1UHfTfrAhITVtZNBTJrxI/s200/vantagens+de+ser+invis%C3%ADvel.jpg" width="200" /></a>Partindo de uma premissa simples - a adolescência pode ser um inferno para os que a cruzam sozinhos (e quase todos se sentem assim em algum momento) -, Chbosky consegue pôr vida e esperança em uma trama que ele conhece tão bem e que em momento algum perde seu ritmo ou deixa sua mensagem se perder. O cenário de "adolescente que precisa aprender a crescer" não é nem de perto algo novo - desde a década de 1980 o cinema americano já o explora, às vezes com ótimos resultados, às vezes terminando em verdadeiras tragédias -, porém o autor e diretor de <i>As Vantagens de Ser Invisível</i> sabe aonde quer ir e exatamente o que quer dizer, ainda que não faça nenhuma revolução cinematográfica ou precise disso. Assim como depois da tempestade vem a bonança, todo inferno há de acabar e o que vem depois é maravilhoso, mas para isso talvez seja necessário vencer os próprios medos primeiro.</div>
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjP2pnFjzlicHyM1Ecsmi-PTwKFq2DqVqhXXmKDxJOhhHPG6iNef4WvUw8LlcRayx_P5esw5GZ3f6XeXN3uQdSqUAc4Bpxjj14kKV3mTf8QI2ziPNp-JkWIan6RQ-pnd7FfsHpyTyb5xy0/s1600/As-Vantagens-de-Ser-invisivel.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="111" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjP2pnFjzlicHyM1Ecsmi-PTwKFq2DqVqhXXmKDxJOhhHPG6iNef4WvUw8LlcRayx_P5esw5GZ3f6XeXN3uQdSqUAc4Bpxjj14kKV3mTf8QI2ziPNp-JkWIan6RQ-pnd7FfsHpyTyb5xy0/s200/As-Vantagens-de-Ser-invisivel.jpg" width="200" /></a></div>
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É claro, é impossível deixar de elogiar o trio de protagonistas. Logan Lerman é conhecido como o personagem-título da série <i>Percy Jackson</i>, Ezra Miller ganhou os críticos como o também personagem-título de <i>Precisamos Falar Sobre o Kevin</i> e se você esteve em algum lugar do planeta Terra nos últimos doze anos, deve saber que Emma Watson interpretou Hermione Granger na série <i>Harry Potter</i>. Acredito que o filme seja o melhor momento até aqui de todos os três: Lerman segura bem o papel mais difícil do que parece, Miller mais uma vez rouba cenas e Watson teve uma evolução incrível como atriz na última década. E, para fechar, deixo meu último elogio para David Bowie e sua <i>Heroes</i>, que pode muito bem daqui para a frente ser conhecida apenas por "a música do túnel". Poucas vezes letra e melodia se casaram tão bem com o que aparece na tela e foram tão pertinentes. Graças a Bowie e <i>As Vantagens de Ser Invisível</i>, não resta dúvida: podemos ser heróis. Ainda que só por um dia.</div>
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Nota: 5,0 de 5,0.</div>
Gabriel Pereirahttp://www.blogger.com/profile/05414683119797091036noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3725860853187159269.post-88608046512206414112013-01-07T11:18:00.000-02:002013-01-07T11:18:16.827-02:00Análise: Argo<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEif3buCK6f1LRFec7U-CBH60MYQazG8QZcKfpOUaQmliXmYWbgch3mXsIXdgdTGqJIyzKNp4Yo9TA1funp7GTjrU0NvomOui7AJsoZ1Dcrsyb_mk2qE-xeEHFuOuE50_IKhABAgLD8hpRg/s1600/Argo_poster.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEif3buCK6f1LRFec7U-CBH60MYQazG8QZcKfpOUaQmliXmYWbgch3mXsIXdgdTGqJIyzKNp4Yo9TA1funp7GTjrU0NvomOui7AJsoZ1Dcrsyb_mk2qE-xeEHFuOuE50_IKhABAgLD8hpRg/s200/Argo_poster.jpg" width="135" /></a></div>
<i>"Argo fuck yourself"</i><br />
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Ben Affleck não é um grande ator. Na verdade, na maior parte das vezes ele é simplesmente mediano, no melhor. Porém, a cada novo trabalho me convenço que Affleck é também um profissional maravilhoso e extremamente competente quando está por trás das câmeras. Ele já havia dado uma mostra disso com seu roteiro, em parceria com Matt Damon, de <i>Gênio Indomável</i> (1997), que transformou os dois atores em vencedores do Oscar. Seus trabalhos posteriores como diretor foram recebidos com entusiasmo pela crítica, mas o consenso parece apontar que <i>Argo</i>, seu trabalho mais recente, é também sua melhor investida no cinema até aqui. O thriller político é baseado em um evento real bastante peculiar na longa de história de rivalidade entre Estados Unidos e Irã.<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiAO0FOCyPnelVwJRcmRS83yWaoTEUDWGVR-8M1ib19WGwXf6h2XONUdKdDs09BedpDMRZhu7UUrcCHGUOPhUpZZ9E-C9hzH0yjUKcDi8LRL2wCb_9Qhx6io5u2R3s00MTDAS9bg23TG64/s1600/Argo2.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="150" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiAO0FOCyPnelVwJRcmRS83yWaoTEUDWGVR-8M1ib19WGwXf6h2XONUdKdDs09BedpDMRZhu7UUrcCHGUOPhUpZZ9E-C9hzH0yjUKcDi8LRL2wCb_9Qhx6io5u2R3s00MTDAS9bg23TG64/s200/Argo2.jpg" width="200" /></a></div>
Em 1979, o mundo assistiu o que foi talvez o momento mais incerto na política externa americana desde a Crise dos Mísseis de Cuba. Enfurecido pelo asilo político que os Estados Unidos oferecia ao ex-Xá da Pérsia, Reza Pahlavi, e incitado por seu novo governante, o Aiatolá Khomeini, um grupo de militantes iranianos invadiu a embaixada americana e fez mais de 50 reféns, numa crise que se arrastaria por meses. Porém, sem que os iranianos desconfiassem, seis funcionários conseguiram escapar e buscaram refúgio na casa do embaixador canadense. Coube a Tony Mendez (aqui interpretado pelo diretor Affleck), especialista em resgates da CIA, fazer a "extração" dos seis diplomatas. O estratagema montado é, não a toa, realmente digno de filme, com Mendez entrando no Irã sob disfarce de um produtor procurando uma locação exótica para um suposto longa de ficção científica, o tal <i>Argo </i>do título.<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgFBr4Fz-uEs-wX1Qg1NMO8n6pCaeBD5xEiL5lRqExeCgRvbuoBCjIfiapiDndquLOhOO5s0CpaZx18jbEgbsBZZdHd5AkfUug1KQBB06friAAMuCz0j33PJ7o7r1dmttmNaxpFS20fs1g/s1600/argo3.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="112" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgFBr4Fz-uEs-wX1Qg1NMO8n6pCaeBD5xEiL5lRqExeCgRvbuoBCjIfiapiDndquLOhOO5s0CpaZx18jbEgbsBZZdHd5AkfUug1KQBB06friAAMuCz0j33PJ7o7r1dmttmNaxpFS20fs1g/s200/argo3.jpg" width="200" /></a>O roteiro assinado por Chris Terrio é muito bom, embora não fuja dos clichês do gênero ou deixe de adicionar fatos à história real, em prol da linguagem cinematográfica. Existem as forçações de barra para o lado americano que se poderia esperar do filme, culminando em uma quase total omissão do Canadá na operação, quando o país foi chave para todo o processo, e uma cena final nada sutil e que flerta com o brega descaradamente. Ainda assim, o filme é tecnicamente muito bem montado e suas cenas de tensão e suspense realmente funcionam. A direção de Affleck é notável e faz com que uma trama que poderia soar como "acho que já vi isso antes" ganhe vida própria. E, em meio a um elenco estelar, os destaques ficam por conta de Alan Arkin, interpretando um produtor de Hollywood - inventado para o filme - que oferece ajudas práticas a Mendez para driblar as burocracias da indústria do cinema e completar sua missão, e John Goodman, como o maquiador John Chambers (que trabalhou em <i>O Planeta dos Macacos</i>), que também oferece sua consultoria a Mendez.<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhW1mt5bFK5wmVIRTxNiIgFUYWEfp0eCO0OBOIgNROTMOGx-2YT341oGV5nULY-MOfrDLvlDEy8eUYH7nYIM_dQwZZhUya3zEMCkyzfIc3JyNC7v-IWoFdGNRd3xLByaJMAneVUfgK9tLg/s1600/argo4.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="133" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhW1mt5bFK5wmVIRTxNiIgFUYWEfp0eCO0OBOIgNROTMOGx-2YT341oGV5nULY-MOfrDLvlDEy8eUYH7nYIM_dQwZZhUya3zEMCkyzfIc3JyNC7v-IWoFdGNRd3xLByaJMAneVUfgK9tLg/s200/argo4.jpg" width="200" /></a></div>
<i>Argo </i>foi indicado a cinco Globos de Ouro (filme, diretor, roteiro, ator coadjuvante para Arkin e trilha sonora para o genial Alexandre Desplat) e é altissimamente cotado para ser o retorno de Affleck à cerimônia do Oscar. De toda maneira, é um filme que vale a pena ser assistido e que compensa suas falhas, além de sinalizar um amadurecimento de Affleck e uma nova vida no cinema para ele. Não é um trabalho de gênio, mas é entretenimento garantido e segura as próprias pretensões com bastante habilidade.<br />
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Nota: 4,5 de 5,0.Gabriel Pereirahttp://www.blogger.com/profile/05414683119797091036noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3725860853187159269.post-25376692615002829392012-10-09T19:26:00.000-03:002012-10-09T19:26:05.403-03:00Análise: O Segredo da Cabana<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhU9fWtmqAlJ27L9UIFtmU_K1q_UM05HseFUiJYTFxeCMCHnfkUOXiyIfdIL9czm9U5drtxhRiLJt6LJjx5MZsWOc7VkQaXuO5aNqRTDX9tQwuC7KdwJIrVwilCSd19RXN-Uo29RxDH7sI/s1600/cabin-in-the-woods-poster.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhU9fWtmqAlJ27L9UIFtmU_K1q_UM05HseFUiJYTFxeCMCHnfkUOXiyIfdIL9czm9U5drtxhRiLJt6LJjx5MZsWOc7VkQaXuO5aNqRTDX9tQwuC7KdwJIrVwilCSd19RXN-Uo29RxDH7sI/s200/cabin-in-the-woods-poster.jpg" width="135" /></a>Cinco jovens americanos decidem se afastar do mundo e passar um fim de semana em um lugar isolado para dedicar-se a experiências que envolvem muito sexo e drogas. No caminho, encontram um homem muito estranho, que os adverte dos perigos da região. Eles vão em frente mesmo assim, sem saber que estão libertando um mal antigo e poderoso. Um a um, eles são mortos das maneiras mais sanguinolentas possíveis. No final, a última sobrevivente, uma garota completamente comum e que escapou dos últimos assassinatos correndo e gritando, consegue, de maneira inacreditável, conter a ameaça e voltar à sua vida normal. Resumido assim, temos um modelo quase universal do "terror universitário americano", consagrado na década de 1980 e que ainda dá frutos. Um olhar desatento poderia colocar <i>O Segredo da Cabana</i> nesse esquema. Ledo engano. Um dos filmes mais criativos dos últimos tempos, ele consegue ao mesmo satirizar esse estilo e ser um excelente trabalho de cinema de terror - um feito duplo notável.<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjdXGISPgcCgxZCHnpknhZadiXVNjEd4UqmCENU_pCBDAin2HFuAP_KY2zWd2aXreVPXGc0v_KQy9M9BZZrQbvIzf7ELOIAAqGDR-mTE_2gOm5YlCUOK6RDe0GGyAuer-o9ueIonomX9Ig/s1600/Cabin-in-the-Woods_510.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="150" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjdXGISPgcCgxZCHnpknhZadiXVNjEd4UqmCENU_pCBDAin2HFuAP_KY2zWd2aXreVPXGc0v_KQy9M9BZZrQbvIzf7ELOIAAqGDR-mTE_2gOm5YlCUOK6RDe0GGyAuer-o9ueIonomX9Ig/s200/Cabin-in-the-Woods_510.jpg" width="200" /></a>Colaboração do diretor e roteirista Drew Goddard e do também roteirista Joss Whedon (que dirigiu, esse ano, <i>Os Vingadores</i>), o filme é ao mesmo tempo homenagem e crítica aos <i>slasher </i>movies, aquele estilo de terror com muitas mutilações, cabeças decepadas e sangue espirrando na tela - homenagem ao gênero em si e sua história, mas crítica ao que ele se tornou nos últimos anos, com roteiros genéricos e um advento do que muitos chamam de <i>torture porn</i>, onde os personagens são torturados para deleite do público. A distinção pode ser tênue, mas é muito clara para Goddard e Whedon, que buscam resgatar conceitos com uma atmosfera real de medo e um roteiro inteligente, que faça o espectador realmente torcer pelos personagens, e não por seu fim sangrento (ainda que eles tenham que acontecer, de qualquer forma).<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg5Pjx2P3PaxyACoCcxGuMXuQ1FSvqrla-N1qNefvJHjgW6cR6ddZ29Ot3-qCDj36dsNroy4kYyvnispYhRax0azMfw0tq-8ORBPqFEl25n2t5nuaQMK9fknCzWyFgB0Q2fTay7LL3FY5E/s1600/scary-cabin-in-the-woods.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="138" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg5Pjx2P3PaxyACoCcxGuMXuQ1FSvqrla-N1qNefvJHjgW6cR6ddZ29Ot3-qCDj36dsNroy4kYyvnispYhRax0azMfw0tq-8ORBPqFEl25n2t5nuaQMK9fknCzWyFgB0Q2fTay7LL3FY5E/s200/scary-cabin-in-the-woods.jpg" width="200" /></a></div>
No balanço de amor e ódio, <i>O segredo da cabana</i> é um filmaço de terror, do tipo que é melhor não adiantar qualquer coisa da história e deixar o espectador juntar as peças conforme assiste. Basta dizer que está perfeita a combinação entre terror, suspense e comédia (não se pode nem dizer alívio cômico - apesar de ter uma trama "séria", o longa usa a comédia quase como um elemento de ligação do roteiro, um humor negro muito satírico e com uma mensagem bastante interessante por trás). Fica claro que, no fundo, por trás do filme existem dois apaixonados pelo terror, e alguém mais atento conseguirá captar referências a vários clássicos do gênero. No elenco do filme estão veteranos como Richard Jenkins e Bradley Whitford, enquanto o time dos jovens isolados e lutando pela vida conta com o "Thor" Chris Hemsworth e Kristen Connolly no papel da protagonista, claramente um arquétipo de todas as heroínas de terror dos anos 1980 que você lembrar.<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjH-ps2BqrXddIAfPG2utPKH4wuQ0ITsJm4wg9870joOEZe2OminaNyYnSQmxQB1k8afyatWLBXayeJ6lX3Cs7HKbOe7F6IU3-y7qeB7gq2JJ4M6S2UOD88hp0HgYNbktOjZ-so8XWwvK8/s1600/cabin-in-the-woods-music.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="140" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjH-ps2BqrXddIAfPG2utPKH4wuQ0ITsJm4wg9870joOEZe2OminaNyYnSQmxQB1k8afyatWLBXayeJ6lX3Cs7HKbOe7F6IU3-y7qeB7gq2JJ4M6S2UOD88hp0HgYNbktOjZ-so8XWwvK8/s200/cabin-in-the-woods-music.jpg" width="200" /></a></div>
O resultado final é um filme que poderia até se tornar esquizofrênico entre tantas referências e intenções, mas sai bastante leve e, em sua pretensiosa despretensão, consegue atingir sua meta de trazer algo novo para o gênero. Apesar disso, fica o aviso de que um certo gosto por terror e no mínimo uma tolerância a sangue nas grandes telas é necessária - certa sequência na parte final do filme é provavelmente umas das maias sangrentas já produzidas. Para os fãs, a dica é certa: é um dos melhores terrores do ano, e forte candidato ao topo desse posto. Todas as sessões do filme no Festival do Rio já foram exibidas, mas calma: nos próximos meses ele entrará em cartaz no grande circuito. Não pode deixar a oportunidade passar.<br />
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Nota: 4,5 de 5,0.Gabriel Pereirahttp://www.blogger.com/profile/05414683119797091036noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3725860853187159269.post-12335711958725968122012-10-06T13:36:00.001-03:002012-10-06T13:36:16.894-03:00Análise: Great Expectations<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiCteTEkPpVrix_2qzDRJB4bsMtkeTxHGE4jGrGReT1uWY_9qc3Rs500nh74iZbJ_YA8ufZJ3EStGZa9fmjdj-BVyJ5guBNfMO9wKxNY7jovvMM1w_bwCkR8_VxdB-P-Ojw7U1gP4TJ4s4/s1600/GreatExpectations2012Poster.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="150" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiCteTEkPpVrix_2qzDRJB4bsMtkeTxHGE4jGrGReT1uWY_9qc3Rs500nh74iZbJ_YA8ufZJ3EStGZa9fmjdj-BVyJ5guBNfMO9wKxNY7jovvMM1w_bwCkR8_VxdB-P-Ojw7U1gP4TJ4s4/s200/GreatExpectations2012Poster.jpg" width="200" /></a><i>Grandes Esperanças</i>, o romance considerado a obra-prima de Charles Dickens, deve ser um dos livros mais adaptados da história do cinema (<i>O Morro dos Ventos Uivantes</i> não deve vir muito atrás). No Festival do Rio desse ano, o público carioca pode conferir em primeira mão a versão do famoso diretor inglês Mike Newell para a grande trama de Dickens, com produção da BBC. E Newell faz seu trabalho, embora sem lá muito brilho. Por ser uma história tão batida nas telas do cinema, ainda que o texto de Dickens seja algo genial, ficava a esperança que essa adaptação pudesse trazer algum elemento novo, que revivesse a obra no âmbito da sétima arte. Não é exatamente o que acontece.<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjFsJZQ_TJ2-zjd4AbSZ7btmMIknqTgOEsqZ5mSj9D_O818QLzt5e_Pp80GFllqT_o0oE1RWmlTyIym9669L-k9Dvpk3KuQtLPxCddbKaVNC33YqhMrG7hVCIfpLd5RdV1AxP2_lU1eZEU/s1600/greatexpectations640.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="100" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjFsJZQ_TJ2-zjd4AbSZ7btmMIknqTgOEsqZ5mSj9D_O818QLzt5e_Pp80GFllqT_o0oE1RWmlTyIym9669L-k9Dvpk3KuQtLPxCddbKaVNC33YqhMrG7hVCIfpLd5RdV1AxP2_lU1eZEU/s200/greatexpectations640.jpg" width="200" /></a></div>
É preciso deixar claro: tecnicamente, não há nada de errado com o filme. Newell é um diretor competente, embora nem sempre brilhante, e em seu <i>Great Expectations</i> o que se vê é uma direção segura, sem dúvida, com um trabalho de fotografia bastante interessante e atuações de peso. Mas talvez esse também seja o grande problema do filme: é tudo tão exato que fica quadrado, com ar de filme para televisão (em termos de linguagem - nenhum preconceito), de manual de cinema. O roteiro é razoavelmente fiel, redondinho, fechadinho. Todas as características técnicas estão em seu lugar, cumprindo seu papel. Ainda assim, fica a sensação de que o filme poderia ter arriscado mais, procurado uma abordagem diferente. Apesar de qualquer competência, dificilmente será uma versão lembrada com muito entusiasmo daqui a alguns anos.<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjD9bHf3aX992XAmIf0owku6juSKeN1GMpBZGHdeoEWTHm-jpoRZBV3c-x4hTgIqwF2sRMmJzaFmGcBw64Eg4oV3Ntsirpluap6dhmII3YBAklmri9RpjEL87SEfkwbEe7KcgkvkO0EMh8/s1600/great-expectations.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="124" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjD9bHf3aX992XAmIf0owku6juSKeN1GMpBZGHdeoEWTHm-jpoRZBV3c-x4hTgIqwF2sRMmJzaFmGcBw64Eg4oV3Ntsirpluap6dhmII3YBAklmri9RpjEL87SEfkwbEe7KcgkvkO0EMh8/s200/great-expectations.jpg" width="200" /></a>No mais, o grande destaque fica por conta das atuações. Com um texto tão forte, a seleção de atores de ponta escalados não deixa por menos. O leque de personagens clássicos de Dickens é representado por Robbie Coltrane como o advogado Jaggers; Ralph Fiennes, fazendo um grande trabalho com Magwitch; e Helena Bonham Carter, mais uma vez roubando a cena, agora como a sinistra Miss Havisham. Aliás, dá até para pensar que Dickens escreveu sua história em 1860 pensando em Carter, já que o papel cai como uma luva para a atriz. Jeremy Irvine e Holliday Grainger, que interpretam os protagonistas Pip e Estella, estão bem, mas preferi levemente a atuações de Toby Irvine e Helena Barlow, que fazem os personagens enquanto crianças.<br />
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Quem quiser conferir, o filme ainda será exibido hoje, dia 6, às 14h e 19h no Fashion Mall, e terça, dia 9, às 14h50 e 21h30 no Shopping da Gávea.<br />
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Nota: 3,0 de 5,0.Gabriel Pereirahttp://www.blogger.com/profile/05414683119797091036noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3725860853187159269.post-35733100411324796472012-10-05T12:29:00.000-03:002012-10-05T12:29:07.279-03:00Análise: Moonrise Kingdom<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg4f1P2rha_BHMoWEGlhEKiCqUXaVSLII6a_o-VWg6Kg6hyphenhyphenJK56f7lo6BXZhoPNM2wD3JhMOqLiH1-udYCddE_de_8j0z1OQmq7G0asuCX0E7AxTZnq-wEu4lpWF8_ekZ5zj9SppkuxqXE/s1600/moonrise-kingdom-poster.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg4f1P2rha_BHMoWEGlhEKiCqUXaVSLII6a_o-VWg6Kg6hyphenhyphenJK56f7lo6BXZhoPNM2wD3JhMOqLiH1-udYCddE_de_8j0z1OQmq7G0asuCX0E7AxTZnq-wEu4lpWF8_ekZ5zj9SppkuxqXE/s200/moonrise-kingdom-poster.jpg" width="135" /></a><br />
"I love you, but you have no idea what you’re talking about."<br />
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Não é preciso saber muito previamente sobre Moonrise Kingdom ou ser um grande fã de Wes Anderson para apreciar uma hora e meia de excelente cinema. Uma mistura equilibrada e bastante saborosa de comédia, romance, drama, aventura e umas pitadas de fantasia transforma-se no filme mais universal e bem-acabado do diretor. O conto de duas crianças de 12 anos - um órfão e uma menina problemática - que, apaixonadas, fogem para o interior de uma idílica ilha na década de 1960 não se limita em momento algum a ser uma "historinha para crianças", como uma olhada rápida na sinopse poderia enganar. O roteiro de Anderson e Roman Coppola, junto com a direção bem característica de Anderson, tornam o longa uma obra que sintetiza com magia as dificuldades de crescer - e ser adulto - em um mundo cheio de expectativas e requisitos a serem cumpridos.<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgZ2I201mQFbjcYtXy_NMp97xcGr50x6RtVTLXHTPV24VySdonBB1kAUNeYOqCsgCe_uMVzHwC0CjEOEPNcl1Oz08RQpcWoowHAeQ07lZA454gjjPJEGvh58waBV75sDyF082AY0_jCnGg/s1600/Moonrise-Kingdom-007.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="120" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgZ2I201mQFbjcYtXy_NMp97xcGr50x6RtVTLXHTPV24VySdonBB1kAUNeYOqCsgCe_uMVzHwC0CjEOEPNcl1Oz08RQpcWoowHAeQ07lZA454gjjPJEGvh58waBV75sDyF082AY0_jCnGg/s200/Moonrise-Kingdom-007.jpg" width="200" /></a></div>
Nada no filme é mais peculiar que a relação dos protagonistas, Sam e Suzy. Duas crianças problemas, mas que, quando juntas, precisam encontrar a conciliação entre os impulsos juvenis e as responsabilidades da vida adulta. Ao mesmo tempo em que põe em prática a ideia - que já cruzou pelo menos uma vez a cabeça de muitas crianças - de fugir de casa, precisam lidar com situações básicas de sobrevivência e entender os próprios sentimentos um com o outro - a vibração do primeiro amor, que traz muito mais confusão do que completude, a descoberta da própria sexualidade e as dores e delícias de conviver com outra pessoa. E se Suzy se esconde por trás de uma máscara de maquiagem, roupas adultas e tentativas de soar madura, sua própria dificuldade de entender o mundo dos pais - devolvida pela quase infantilidade deles na hora de lidar com os filhos - e seu ato de roubar livros da biblioteca para sentir algum arroubo juvenil entregam o turbilhão de conflitos que a menina carrega. E que criança de 12 anos não carrega?<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi59Jfr4CIYtyLh3hn0UGqzNM4Dib0AE93kvJWUGQSoc9E9ZrQeTEHaT2jBejDrzmcaru5kke4hnz0QSPtYtboqd8AN-4wGDXdOFi902CoELYXKlHFk7asr-xEvSIsPpDoiBTx23Qi_FmM/s1600/Moonrise-Kingdom-008.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="120" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi59Jfr4CIYtyLh3hn0UGqzNM4Dib0AE93kvJWUGQSoc9E9ZrQeTEHaT2jBejDrzmcaru5kke4hnz0QSPtYtboqd8AN-4wGDXdOFi902CoELYXKlHFk7asr-xEvSIsPpDoiBTx23Qi_FmM/s200/Moonrise-Kingdom-008.jpg" width="200" /></a>E é em não exagerar nem deixar a desejar nas tintas de seus personagens infantis - ou pelo menos dentro do possível, considerando a tendência de Anderson de fazer de seus personagens sempre curiosas e divertidas caricaturas (mas nunca caricatos) - que reside um dos grandes méritos do filme. Aqui, entra o contraponto com os personagens adultos, sempre parecendo fugir de seus próprios conflitos e não sabendo lidar com os próprios problemas, em comparação com a franqueza e simplicidade das crianças. Nessa oposição adultos meio crianças e crianças meio adultas, feita com bastante leveza e originalidade, reside, talvez, a moral da história: há cada vez menos equilíbrio num mundo que pede que assim seja, mas dar um pouquinho de ouvido para a criança em nós e a sinceridade que ela grita não faz mal, de vez em quando.<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEilUViN7NHe_qQe_SNzZDNFl4AMDaiXfyg-s4lKGxkG6cmPzbR-NHX509qRLbD7_9TxH3hfJVNH19vRYQq1EP9lVdiLef2_euGVsrg4FUAthDI5D-rkN9gfo2bdNUgiWdOWbB8nLXb-dPo/s1600/moonrise-kingdom_610.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="150" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEilUViN7NHe_qQe_SNzZDNFl4AMDaiXfyg-s4lKGxkG6cmPzbR-NHX509qRLbD7_9TxH3hfJVNH19vRYQq1EP9lVdiLef2_euGVsrg4FUAthDI5D-rkN9gfo2bdNUgiWdOWbB8nLXb-dPo/s200/moonrise-kingdom_610.jpg" width="200" /></a></div>
O resto é um esplendor técnico notável. A direção de arte é caprichada, a fotografia de Robert Yeoman é um espetáculo que já vale o ingresso e as atuações são incríveis. Bruce Willis, Edward Norton, Frances McDormand, Bill Murray, Tilda Swinton e Harvey Keitel estão no tom certo no elenco adulto, mas o destaque vai, sem dúvida, para Jared Gilman e Kara Hayward, os protagonistas. O roteiro, abrindo mão muitas vezes da verossimilhança para acrescentar mais valor ao clima de fantasia do longa, brinca com diferentes linguagens e faz 94 minutos passarem voando. A última sessão do filme no Festival do Rio foi ontem, mas logo logo ele entrará em circuito para todo o Brasil. Apenas imperdível.<br />
<br />
Nota: 5,0 de 5,0.Gabriel Pereirahttp://www.blogger.com/profile/05414683119797091036noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3725860853187159269.post-41799025553487808762012-09-24T20:50:00.002-03:002012-09-24T20:50:35.726-03:00Emmy: O dia seguinte<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhqCSTbZf5wg377fHV80-feZp71XvNnS94wpVhEz1LaXCVEBa3gA6dDNGqsEBR5unBEh7hRbEbYH0Al56B37FBRgvP2EpD7X_zsxbaAQJ42Lmjj4y2l31ZxenAfA45BK6yqc0jPi-O3cNQ/s1600/Jimmy+Kimmel.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="280" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhqCSTbZf5wg377fHV80-feZp71XvNnS94wpVhEz1LaXCVEBa3gA6dDNGqsEBR5unBEh7hRbEbYH0Al56B37FBRgvP2EpD7X_zsxbaAQJ42Lmjj4y2l31ZxenAfA45BK6yqc0jPi-O3cNQ/s400/Jimmy+Kimmel.jpg" width="400" /></a></div>
<br />
Às vezes arrastado, muitas vezes divertido, com sua cota rotineira de premiações surpreendentes. O 64º Emmy, entregue ontem à noite, não foi nem de perto as três horas de televisão mais divertidas do ano. Precisando ser bastante burocrático para evitar alongar-se demais, o que é sempre um risco em potencial quando se tem tantas categorias, o Emmy fez sua parte de entregar prêmios bem, ainda que isso tenha sacrificado um pouco a diversão do processo. Não que o apresentador Jimmy Kimmel não tenha feito sua parte. Suas tiradas eram realmente divertidas, sua presença de palco é inegável e ele mostrou ser capaz de provocar os indicados com bastante classe.<br />
<br />
Talvez o grande problema tenha sido a previsibilidade da cerimônia. Na primeira categoria da noite, já ficou claro que pela terceira vez seguida Modern Family seria o destaque em comédia. Quando Damian Lewis faturou o prêmio de melhor ator em drama, Homeland já tinha dado seu xeque-mate. E se Game Change já era favorita para ganhar como filme para televisão, cada evento da noite parecia um prelúdio para isso. Sim, toda premiação acaba caindo, tradicionalmente, na previsibilidade uma hora ou outra, mas se existe um ritmo interessante na cerimônia, isso fica em segundo plano.<br />
<br />
Acho, porém, que no fim das contas nada disso faz diferença. Se muitos dizem que as séries americanas (em especial as dramáticas) estão vivendo sua era de ouro, eu sou obrigado a concordar. Qualquer série na categoria principal de drama faria um vencedor à altura. A qualidade desses produtos transbordava para fora da tela. É verdade, Mad Men e Game of Thrones saíram de mãos vazias, algo chocante em especial para a primeira. Sim, vá lá, dar um Emmy para Jon Cryer nesse momento, com atores como Jim Parsons e Louis C.K. como concorrentes em trabalhos mais atuais - em todos os sentidos -, pareceu bastante precipitado. Apesar de tudo isso, se a intenção era fazer uma grande festa para a arte na televisão, a festa foi feita. Com tantos trabalhos tão bons, não poderia ser diferente.<br />
<br />
Ah, sim, quanto às minhas apostas: ainda bem que não me levei a sério. Não fosse pelas óbvias favoritas, como Claire Danes e Maggie Smith, meu resultado seria catastrófico. Por sorte, foi só ruim.<br />
<br />
A lista completa de vencedores, você confere aqui:<br />
<br />
<br />
<div style="border: 0px; color: #333333; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 18px; list-style: none; margin-bottom: 10px; outline: 0px; padding: 0px;">
<strong style="border: 0px; list-style: none; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px;">Série Dramática</strong><br style="border: 0px; list-style: none; margin: 0px; outline: none; padding: 0px;" />Homeland</div>
<div style="border: 0px; color: #333333; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 18px; list-style: none; margin-bottom: 10px; outline: 0px; padding: 0px;">
<strong style="border: 0px; list-style: none; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px;">Série Cômica</strong><br style="border: 0px; list-style: none; margin: 0px; outline: none; padding: 0px;" />Modern Family</div>
<div style="border: 0px; color: #333333; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 18px; list-style: none; margin-bottom: 10px; outline: 0px; padding: 0px;">
<strong style="border: 0px; list-style: none; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px;">Minissérie ou Telefilme</strong><br style="border: 0px; list-style: none; margin: 0px; outline: none; padding: 0px;" />Virando o Jogo/Game Change</div>
<div style="border: 0px; color: #333333; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 18px; list-style: none; margin-bottom: 10px; outline: 0px; padding: 0px;">
<strong style="border: 0px; list-style: none; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px;">Ator de Série Dramática</strong><br style="border: 0px; list-style: none; margin: 0px; outline: none; padding: 0px;" />Damian Lewis, Homeland</div>
<div style="border: 0px; color: #333333; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 18px; list-style: none; margin-bottom: 10px; outline: 0px; padding: 0px;">
<strong style="border: 0px; list-style: none; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px;">Ator de Série Cômica</strong><br style="border: 0px; list-style: none; margin: 0px; outline: none; padding: 0px;" />Jon Cryer, Two And A Half Men</div>
<div style="border: 0px; color: #333333; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 18px; list-style: none; margin-bottom: 10px; outline: 0px; padding: 0px;">
<strong style="border: 0px; list-style: none; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px;">Ator de Minissérie ou Telefilme</strong><br style="border: 0px; list-style: none; margin: 0px; outline: none; padding: 0px;" />Kevin Costner, Hatfields & McCoys</div>
<div style="border: 0px; color: #333333; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 18px; list-style: none; margin-bottom: 10px; outline: 0px; padding: 0px;">
<strong style="border: 0px; list-style: none; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px;">Atriz de Série Dramática</strong><br style="border: 0px; list-style: none; margin: 0px; outline: none; padding: 0px;" />Claire Danes, Homeland</div>
<div style="border: 0px; color: #333333; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 18px; list-style: none; margin-bottom: 10px; outline: 0px; padding: 0px;">
<strong style="border: 0px; list-style: none; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px;">Atriz de Série Cômica</strong><br style="border: 0px; list-style: none; margin: 0px; outline: none; padding: 0px;" />Julia Louis-Dreyfus, Veep</div>
<div style="border: 0px; color: #333333; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 18px; list-style: none; margin-bottom: 10px; outline: 0px; padding: 0px;">
<strong style="border: 0px; list-style: none; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px;">Atriz em Minissérie ou Telefilme</strong><br style="border: 0px; list-style: none; margin: 0px; outline: none; padding: 0px;" />Julianne Moore, Game Change</div>
<div style="border: 0px; color: #333333; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 18px; list-style: none; margin-bottom: 10px; outline: 0px; padding: 0px;">
<strong style="border: 0px; list-style: none; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px;">Ator Coadjuvante em Série Dramática</strong><br style="border: 0px; list-style: none; margin: 0px; outline: none; padding: 0px;" />Aaron Paul, Breaking Bad</div>
<div style="border: 0px; color: #333333; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 18px; list-style: none; margin-bottom: 10px; outline: 0px; padding: 0px;">
<strong style="border: 0px; list-style: none; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px;">Ator Coadjuvante em Série Cômica</strong><br style="border: 0px; list-style: none; margin: 0px; outline: none; padding: 0px;" />Eric Stonestreet, Modern Family</div>
<div style="border: 0px; color: #333333; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 18px; list-style: none; margin-bottom: 10px; outline: 0px; padding: 0px;">
<strong style="border: 0px; list-style: none; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px;">Ator Coadjuvante em Minissérie ou Telefilme</strong><br style="border: 0px; list-style: none; margin: 0px; outline: none; padding: 0px;" />Tom Berenger, Hatfields & McCoys</div>
<div style="border: 0px; color: #333333; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 18px; list-style: none; margin-bottom: 10px; outline: 0px; padding: 0px;">
<strong style="border: 0px; list-style: none; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px;">Atriz Coadjuvante em Série Dramática</strong><br style="border: 0px; list-style: none; margin: 0px; outline: none; padding: 0px;" />Maggie Smith, Downton Abbey</div>
<div style="border: 0px; color: #333333; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 18px; list-style: none; margin-bottom: 10px; outline: 0px; padding: 0px;">
<strong style="border: 0px; list-style: none; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px;">Atriz Coadjuvante em Série Cômica</strong><br style="border: 0px; list-style: none; margin: 0px; outline: none; padding: 0px;" />Julie Bowen, Modern Family</div>
<div style="border: 0px; color: #333333; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 18px; list-style: none; margin-bottom: 10px; outline: 0px; padding: 0px;">
<strong style="border: 0px; list-style: none; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px;">Atriz Coadjuvante em Minissérie ou Telefilme</strong><br style="border: 0px; list-style: none; margin: 0px; outline: none; padding: 0px;" />Jessica Lange, American Horror Story</div>
<div style="border: 0px; color: #333333; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 18px; list-style: none; margin-bottom: 10px; outline: 0px; padding: 0px;">
<strong style="border: 0px; list-style: none; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px;">Roteiro – Série Dramática</strong><br style="border: 0px; list-style: none; margin: 0px; outline: none; padding: 0px;" />Alex Gansa, Gideon Raff e Howard Gordon, Homeland – Pilot</div>
<div style="border: 0px; color: #333333; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 18px; list-style: none; margin-bottom: 10px; outline: 0px; padding: 0px;">
<strong style="border: 0px; list-style: none; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px;">Roteiro – Série Cômica</strong><br style="border: 0px; list-style: none; margin: 0px; outline: none; padding: 0px;" />Louis C.K., Louie – Pregnant</div>
<div style="border: 0px; color: #333333; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 18px; list-style: none; margin-bottom: 10px; outline: 0px; padding: 0px;">
<strong style="border: 0px; list-style: none; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px;">Roteiro – Minissérie, Telefilme ou Especial</strong><br style="border: 0px; list-style: none; margin: 0px; outline: none; padding: 0px;" />Danny Strong, Game Change</div>
<div style="border: 0px; color: #333333; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 18px; list-style: none; margin-bottom: 10px; outline: 0px; padding: 0px;">
<strong style="border: 0px; list-style: none; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px;">Direção – Série Dramática</strong><br style="border: 0px; list-style: none; margin: 0px; outline: none; padding: 0px;" />Tim Van Patten, Boardwalk Empire – To The Lost</div>
<div style="border: 0px; color: #333333; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 18px; list-style: none; margin-bottom: 10px; outline: 0px; padding: 0px;">
<strong style="border: 0px; list-style: none; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px;">Direção – Série Cômica</strong><br style="border: 0px; list-style: none; margin: 0px; outline: none; padding: 0px;" />Steven Levitan, Modern Family – Baby On Board</div>
<div style="border: 0px; color: #333333; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 18px; list-style: none; margin-bottom: 10px; outline: 0px; padding: 0px;">
<strong style="border: 0px; list-style: none; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px;">Direção – Minissérie, Telefilme ou Especial</strong><br style="border: 0px; list-style: none; margin: 0px; outline: none; padding: 0px;" />Jay Roach, Game Change</div>
Gabriel Pereirahttp://www.blogger.com/profile/05414683119797091036noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3725860853187159269.post-26339102830334455532012-09-21T22:13:00.001-03:002012-09-21T22:13:08.671-03:00A cerimônia do Emmy - Previsões<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhstMg-FQkRg_Qs0UCSr7GmDpt1NUwOsXPuNjO1pFVY1FD7b9D9vexrnUNfB62051lGvQuO3nMCwdi2NrrrQDvE-i-v22-t32ARKixlRFeUWSzySVXYJA0EbNryJgd5Ykm8wrT-CW3EusM/s1600/Emmy.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="251" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhstMg-FQkRg_Qs0UCSr7GmDpt1NUwOsXPuNjO1pFVY1FD7b9D9vexrnUNfB62051lGvQuO3nMCwdi2NrrrQDvE-i-v22-t32ARKixlRFeUWSzySVXYJA0EbNryJgd5Ykm8wrT-CW3EusM/s320/Emmy.jpg" width="320" /></a></div>
<br />
Domingo, dia 23 de setembro, será realizada a 64ª cerimônia do Primetime Emmy Awards, a mais prestigiada premiação da televisão americana. O Emmy é comumente comparado - no limite da exaustão - ao Oscar, já que sua importância para a televisão americana é proporcional ao peso do prêmio da Academia para o cinema. A relação é engraçada, pois se há quem reclame da quantidade de prêmios técnicos do Oscar, mais gente ainda se surpreende com a quantidade de categorias técnicas do Emmy. A diferença é que essas categorias mais específicas são entregues, no caso do Emmy, em uma outra cerimônia, o Creative Emmy Awards, deixando apenas as "grandes categorias" para a noite de gala. Também é curioso como o Emmy premia suas categorias com muita independência: se no Oscar se espera que o melhor filme da noite também leve estatuetas para diretor e roteiro, no mínimo, no Emmy as melhores séries de drama ou comédia podem terminar a noite sem prêmios nessas categorias - eu, particularmente, acho interessante esse pensamento fora da caixa.<br />
<br />
O Creative Emmy Awards desse ano viu Game of Thrones fazer uma limpa e ganhar seis estatuetas em categorias como direção de arte, efeitos especiais e som, sendo o grande destaque da noite. Ao todo, as séries da HBO levaram 17 prêmios para casa. A lista completa você pode conferir aqui: <a href="http://www.spinoff.com.br/2012/09/16/lista-de-vencedores-creative-artys-emmys-2012/">http://www.spinoff.com.br/2012/09/16/lista-de-vencedores-creative-artys-emmys-2012/</a>. (Aproveite para analisar a quantidade impressionante de prêmios técnicos).<br />
<br />
A partir de agora, irei dar meus palpites sobre o que acredito que acontecerá domingo, nas categorias principais. Se esse tipo de previsão é sempre achismo, reforço que nada do que eu disser deve ser levado muito a sério. Mas ei, pelo menos vai ser divertido dar meus chutes.<br />
<br />
Melhor série dramática<br />
<br />
<br />
Boardwalk Empire<br />
Breaking Bad<br />
Downton Abbey<br />
Mad Men<br />
Homeland<br />
Game of Thrones<br />
<br />
Acredito, para começar, que Boardwalk Enpire esteja apenas fazendo número, por enquanto. Downtown Abbey é uma possibilidade, mas não vejo acontecendo. Game of Thrones arrasou ontem nos prêmios técnicos, mas não sei se os votantes já se sentem prontos para aclamá-la como melhor série de drama. Breaking Bad é um sucesso de crítica, em tal medida que me impressiona que a série ainda não tenha levado a estatueta na principal categoria. Pode ser que seja, enfim, o ano. Mas meu dinheiro vai ou para Mad Men, ou para Homeland. A primeira é aclamada há anos, a outra é uma estreante queridinha dos críticos. Minha aposta final vai ser a mais segura também, mas não me surpreenderei se Homeland terminar com o ouro.<br />
<br />
Deve ganhar: Mad Men<br />
Gostaria que ganhasse: Game of Thrones<br />
<br />
Ator de série dramática<br />
<br />
<br />
Steve Buscemi, Boardwalk Empire<br />
Bryan Cranston, Breaking Bad<br />
Michael C. Hall, Dexter<br />
Hugh Bonneville, Downton Abbey<br />
Damian Lewis, Homeland<br />
Jon Hamm, Mad Men<br />
<br />
<br />
Acredito que será um embate entre Jon Hamm, que já deveria ter ganhado um Emmy há temporadas, e Bryan Cranston, três vezes ganhador. A úncia potencial zebra é Damian Lewis. Os outros devem assistir uma divertida cerimônia. Mais uma vez, ponho meu dinheiro no favorito.<br />
<br />
Deve ganhar: Bryan Cranston, Breaking Bad<br />
Gostaria que ganhasse: Jon Hamm, Mad Men<br />
<br />
<br />
Atriz de Série Dramática<br />
<br />
Glenn Close, Damages<br />
Michelle Dockery, Downton Abbey<br />
Julianna Margulies, The Good Wife<br />
Kathy Bates, Harry’s Law<br />
Claire Danes, Homeland<br />
Elisabeth Moss, Mad Men<br />
<br />
A úncia coisa certa que você deve saber sobre esse domingo é: Claire Danes vai ganhar o Emmy. Próxima categoria.<br />
<br />
Deve ganhar: Claire Danes, Homeland<br />
Gostaria que ganhasse: Difícil resistir ao charme de Danes, mas uma parte de mim adoraria ver Elisabeth Moss ganhando.<br />
<br />
<br />
Ator Coadjuvante em Série Dramática<br />
<br />
Aaron Paul, Breaking Bad<br />
Giancarlo Esposito, Breaking Bad<br />
Brendan Coyle, Downton Abbey<br />
Jim Carter, Downton Abbey<br />
Peter Dinklage, Game Of Thrones<br />
Jared Harris, Mad Men<br />
<br />
Uma categoria difícil, Vejo qualquer um desses, com exceção dos homens de Downtown Abbey ganhando. Ainda assim, parece que o hype está com Giancarlo Esposito levando essa, embora não descartaria uma dobradinha de Peter Dinklage.<br />
<br />
Deve ganhar: Giancarlo Esposito, Breaking Bad<br />
Gostaria que ganhasse: Peter Dinklage, Game Of Thrones<br />
<br />
<br />
Atriz Coadjuvante em Série Dramática<br />
<br />
Anna Gunn, Breaking Bad<br />
Maggie Smith, Downton Abbey<br />
Joanne Froggatt, Downton Abbey<br />
Archie Panjabi, The Good Wife<br />
Christine Baranski, The Good Wife<br />
Christina Hendricks, Mad Men<br />
<br />
É difícil ter Maggie Smith em uma categoria e não votar nela. Acredito que ela vá ganhar sem muitos problemas, mas meu coração está com Christina Hendricks, e isso não está em discussão.<br />
<br />
Deve ganhar: Maggie Smith, Downton Abbey<br />
Gostaria que ganhasse: Christina Hendricks, Mad Men<br />
<br />
<br />
Melhor Série Cômica<br />
<br />
The Big Bang Theory<br />
Curb Your Enthusiasm<br />
Girls<br />
Modern Family<br />
30 Rock<br />
Veep<br />
<div>
<br /></div>
<div>
Sendo bastante honesto, com exceção de The Big Bang Theory e Girls, não sou fã de nenhuma das outras séries dessa seleção. Acredito que 30 Rock já tenha cansado, acho Modern Family ligeiramente superestimada, embora divertida, e nunca assisti Veep ou Curb Your Enthsiasm. Adoraria ver Girls ganhando aqui, mas acho que Modern Family leva mais uma vez...</div>
<div>
<br /></div>
<div>
Deve ganhar: Modern Family</div>
<div>
Gostaria que ganhasse: Girls</div>
<div>
<br /></div>
<div>
<div>
Ator de Série Cômica</div>
<div>
<br /></div>
<div>
Jim Parsons, The Big Bang Theory</div>
<div>
Larry David, Curb Your Enthusiasm</div>
<div>
Don Cheadle, House Of Lies</div>
<div>
Louis C.K., Louie</div>
<div>
Alec Baldwin, 30 Rock</div>
<div>
Jon Cryer, Two And A Half Men</div>
</div>
<div>
<br /></div>
<div>
Parece que chegou a vez de Loius C.K., mas não me surpreenderia em ver Jim Parsons ganhar pelo terceiro ano seguido (nem acharia ruim, honestamente). Acho que é basicamente isso nessa categoria.</div>
<div>
<br /></div>
<div>
Deve ganhar: Louis C.K., Louie</div>
<div>
Gostaria que ganhasse: Jim Parsons, The Big Bang Theory</div>
<div>
<br /></div>
<div>
<div>
Atriz de Série Cômica</div>
<div>
<br /></div>
<div>
Lena Dunham, Girls</div>
<div>
Melissa McCarthy, Mike & Molly</div>
<div>
Zooey Deschanel, New Girl</div>
<div>
Edie Falco, Nurse Jackie</div>
<div>
Amy Poehler, Parks And Recreation</div>
<div>
Tina Fey, 30 Rock</div>
<div>
Julia Louis-Dreyfus, Veep</div>
</div>
<div>
<br /></div>
<div>
Uma categoria inchada e particularmente difícil para mim, já que não assisto quase nenhuma das séries. Sei que Julia Louis-Dreyfus é favorita, mas considerando a situação, vou me arriscar a um palpite ousado (ou nem tanto).</div>
<div>
<br /></div>
<div>
Deve ganhar: Zooey Deschanel, New Girl</div>
<div>
Gostaria que ganhasse: Lena Dunham, Girls</div>
<div>
<br /></div>
<div>
<div>
Ator Coadjuvante em Série Cômica</div>
<div>
<br /></div>
<div>
Ed O’Neill, Modern Family</div>
<div>
Jesse Tyler Ferguson, Modern Family</div>
<div>
Ty Burrell, Modern Family</div>
<div>
Eric Stonestreet, Modern Family</div>
<div>
Max Greenfield, New Girl</div>
<div>
Bill Hader, Saturday Night Live</div>
</div>
<div>
<br /></div>
<div>
Eles poderiam simplesmente renomear para "Melhor ator de Modern Family". Enfim, Ed O'Neill é o nome de maior peso e tem um histórico em comédia. Ponham suas fichas nele.</div>
<div>
<br /></div>
<div>
Deve ganhar: Ed O'Neill, Modern Family</div>
<div>
Gostaria que ganhasse: Ed O'Neill, Modern Family</div>
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Atriz Coadjuvante em Série Cômica</div>
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Mayim Bialik, The Big Bang Theory</div>
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Kathryn Joosten, Desperate Housewives</div>
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Julie Bowen, Modern Family</div>
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Sofia Vergara, Modern Family</div>
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Merritt Wever, Nurse Jackie</div>
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Kristen Wiig, Saturday Night Live</div>
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Uma categoria um pouco complicada, mas acredito que mais uma vez Modern Family vai prevalecer. Julie Bowen me parece em melhor posição para levar o Emmy.</div>
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Deve ganhar: Julie Bowen, Modern Family</div>
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Gostaria que ganhasse: Julie Bowen, Modern Family, provavelmente a única vitória da série que realmente seria ok pra mim.</div>
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Para quem quiser assistir o Emmy domingo, a Warner começa a transmissão a partir de 21 horas. Na segunda deverei comentar os resultados - e meu desempenho como guru, claro.</div>
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Gabriel Pereirahttp://www.blogger.com/profile/05414683119797091036noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3725860853187159269.post-554191467127262792012-08-16T00:06:00.000-03:002012-08-16T15:41:31.600-03:00Vox Populi ou Quando Jodie Foster e eu defendemos Kristen Stewart<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgDUgBJ35pFh1Ti8amVE0N3rH6IcpfSS5cfAXPKjxR1gNp3wLLgmKtanFRbe9QpuLSGkIbwsjqOWOmv6ZxOVnbQsxQrOHr10PLCWHzOuEqeYVunwidkuHnbegt0E-xZplC4WsRCy9PVwpU/s1600/Jodie-Foster-Defends-Kristen-Stewart-300x300.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgDUgBJ35pFh1Ti8amVE0N3rH6IcpfSS5cfAXPKjxR1gNp3wLLgmKtanFRbe9QpuLSGkIbwsjqOWOmv6ZxOVnbQsxQrOHr10PLCWHzOuEqeYVunwidkuHnbegt0E-xZplC4WsRCy9PVwpU/s200/Jodie-Foster-Defends-Kristen-Stewart-300x300.jpg" width="200" /></a></div>
Eu estou plenamente consciente de que esse meu esporádico e reticente blog é pra falar de qualquer coisa sobre cinema e televisão, exceto minhas opiniões pessoais a respeito das fofocas de Hollywood. Essa nunca foi a proposta e nunca será. Entretanto, às vezes precisamos rever algumas opiniões diante de casos especiais, principalmente se o caso específico se revela tão digno de nota.<br />
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Daí que o casal favorito do público teen e um dos mais famosos de Hollywood se separou. A essa altura, todo mundo sabe dos detalhes. Kristen Stewart traiu Robert Pattinson com o diretor de seu último filme, <i>Branca de Neve e o Caçador</i>, Rupert Sanders, um homem casado e pai de dois filhos. O caso é fato consumado, os paparazzi caíram em cima e Stewart pediu desculpas publicamente ao namorado. A invasão na vida do casal já estava feita, mas é rotina da indústria, então não chocou ninguém. Poderia ter parado aí, mas não. Semanas se passaram e cada capítulo da separação é coberto com riqueza de detalhes. Os tabloides, alimentados enfim de sua sede por sexo (quando na ausência da violência para explorar), estampam a atriz em suas capas, as revistas falam, o público consome. E nós demonizamos ela. Segregamos ela. Julgamos ela.<br />
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Claro, traição é algo ruim. Claro, Pattinson deve estar passando por um dos piores momentos de sua vida. Mas o que disso tudo é da nossa conta? Nada, é claro. Que a imprensa se aproveite do momento não é algo que surpreenda. Estamos acostumados e essa é uma discussão na qual não quero entrar. O que é extremamente irritante é a posição popular de repúdio a Kristen Stewart assumida nos últimos dias. O que era uma questão entre dois casais tornou-se uma caça às bruxas pública, e toda culpa/vergonha/escândalo caiu sobre os ombros de Stewart. Ninguém apareceu para oferecer qualquer palavra de conforto.<br />
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Então eu me deparo com esse artigo - <a href="http://www.thedailybeast.com/articles/2012/08/15/jodie-foster-blasts-kristen-stewart-robert-pattinson-break-up-spectacle.html">http://www.thedailybeast.com/articles/2012/08/15/jodie-foster-blasts-kristen-stewart-robert-pattinson-break-up-spectacle.html</a> - assinado pela talentosíssima Jodie Foster e me recordo porque ela é uma de minhas atrizes - e pessoas - favoritas e que ainda existe esperança na humanidade. Foster faz uma reflexão de sua própria trajetória ao pensar no "escândalo Stewart" e conclui que esse é um mundo cruel para atores, que são as Marias Madalenas favoritas da sociedade. E como somos cruéis em apedrejar! Lançamos nossas pedras com vontade, mão cheia e determinação nos olhos, lançamos nossas expectativas irracionais, nossas hipocrisias e nossas vaidades. Ninguém sabe o que se passa na vida de Stewart e Pattinson, ninguém sabe o que eles pensam e desejam e ninguém, portanto, possui o direito de julgar nada. Mas julgamos, ah, como julgamos. É para isso que as celebridades existem, afinal.<br />
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E o mundo pode ser bem cruel com Kristen Stewart. Ela é uma mulher jovem e bonita. Ela, como mulher, ainda paga o preço de ter mordido a maçã. Não vejo muita atenção das revistas de fofoca em Rupert Sanders, e não, isso não acontece por ele ser menos famoso. Fosse o contrário e Pattinson tivesse traído, você saberia tudo a este ponto a respeito da "outra". Mas você sabe apenas o essencial sobre Sanders, e sabe também que ele é um marido levado à traição muito arrependido, e queira Deus que tudo termine bem para ele e a esposa. Seguimos disfarçando o machismo desses pensamentos com outros que fazem nos sentirmos melhor com nós mesmos: que Stewart deveria ser um exemplo, apesar de seus 22 anos, que ela se colocou em uma posição inadmissível e que deveria se envergonhar - apesar de seus 22 anos. O povo, afinal, também têm suas sedes a satisfazer.<br />
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Não quero dizer que Sanders deveria estar sendo massacrado também, ou que a dor de Pattinson não seja importante, mas simplesmente que vale a pena se perguntar se Stewart já não atingiu sua cota de chicotadas e se ela sequer deveria ter ganhado a primeira. Os erros e acertos de uma pessoa não são, afinal, algo que diz respeito a ela apenas e a quem ela se importar em dividi-los? Todas essas pessoas já não tiveram o bastante? Parece que se o mundo é cruel para os atores, é mais cruel ainda para uma atriz jovem e bonita. E a voz do povo nem sempre é a voz de Deus.Gabriel Pereirahttp://www.blogger.com/profile/05414683119797091036noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3725860853187159269.post-939497847518196912012-07-14T16:21:00.000-03:002012-07-14T16:23:47.007-03:00Análise: Na Estrada<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjAPRTo62VgIQFttlsMvphrPR4VPTCO-k-A5H0eHhO9vMQlDb4wZbe0lAjs6iLSf9dXIQYQB51Hp1HjTHuYUBPE5mZt7GGbpQbBpJu7cGPZy7G8SgWnHTqkO9_CNMu5H1edwxyhyphenhyphenU7ANCY/s1600/On_the_Road_FilmPoster.jpeg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjAPRTo62VgIQFttlsMvphrPR4VPTCO-k-A5H0eHhO9vMQlDb4wZbe0lAjs6iLSf9dXIQYQB51Hp1HjTHuYUBPE5mZt7GGbpQbBpJu7cGPZy7G8SgWnHTqkO9_CNMu5H1edwxyhyphenhyphenU7ANCY/s200/On_the_Road_FilmPoster.jpeg" width="146" /></a>Existem diretores que acabam se especializando em determinados tipos de filme. No caso de Walter Salles, suas experiências anteriores com <i>Central do Brasil</i> e <i>Diários de Motocicleta</i> o qualificam para reclamar o posto de melhor diretor de road movies de nosso tempo. Sua terceira investida no gênero é <i>Na Estrada</i>, adaptação do romance semi-biográfico de Jack Kerouac, considerado um dos maiores clássicos contemporâneos da língua inglesa. Não tendo lido o livro, algo que aliás gostaria de já ter feito há muito, fui às cegas ao cinema sem qualquer expectativa a respeito do conteúdo, mas com muitas em relação ao prestígio de Salles. Saí sem ter a sensação de que o filme se equiparava aos dois filmes de estrada já mencionados do diretor, mais redondinhos em sua finalização, mas ainda assim com a de que vi uma obra de notável qualidade, com problemas estruturais, é verdade, mas com características bastante redentoras que falam mais alto.<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhWrLiRWubFRS9_xHBWy3xAMh42JHEGKkl_l1vI_TNfoYKO0E0jYHh3k03VDzG5xoLVuZC9CsiDCruQ-lExmkEmapx79L5z3skoqAUqEkWMevOJFQraJzBbq370tr8ERHPfgXwpGFMseQY/s1600/On-The-Road1.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="131" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhWrLiRWubFRS9_xHBWy3xAMh42JHEGKkl_l1vI_TNfoYKO0E0jYHh3k03VDzG5xoLVuZC9CsiDCruQ-lExmkEmapx79L5z3skoqAUqEkWMevOJFQraJzBbq370tr8ERHPfgXwpGFMseQY/s200/On-The-Road1.jpg" width="200" /></a>O filme narra a história de Sal Paradise (Sam Riley), pseudônimo para o próprio Kerouac, um escritor com sérios problemas de bloqueio criativo que leva uma vida intensa e boêmia com outros jovens intelectuais que formam as origens da Geração Beat, que conquistaria o panorama literário americano nos anos seguintes. Por meio de seu amigo Carlo Max (Tom Sturridge), pseudônimo de Allen Ginsberg, Sal conhece Dean Moriarty (Garrett Hedlund), inspirado no grande amigo de Kerouac, Neal Cassady. Tanto Sal quanto Carlo fascinam-se pela figura de Dean, um nômade de paixões intensas que gosta de viajar pelo país, aberto a experimentações e sem criar raízes. Dean personifica a Geração Beat, e pelos olhos de Sal somos arrastados com o grupo em suas viagens pelos Estados Unidos, marcadas por drogas, situações inusitadas e autodescobrimento. Conhecemos mais sobre Dean na figura das mulheres que conquista, em especial Marylou (Kristen Stewart), sua paixão de anos da qual ele se recusa a abrir mão, e Camille (Kirtsen Dunst), aquela que o convence a tentar uma vida "normal". Mas é nas ações de Dean que realmente conseguimos entender o que ao mesmo tempo fascina e confunde Sal, levando tudo a um dos desfechos mais melancólicos dos últimos tempos.<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgA2sEKaWnG3BQDFJhFSFcpEubsElmqMJz9jwXNKBEsiPoTh0hq327851D7uibNJBvZd2nV3zx42DdIKvfFlWAIA8_0C4Kxl9oZ_sE0J_goMUoBoCTnpM6UW2wjNUvJldKm14VkClO30qs/s1600/I-was-on-the-road-again1.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="119" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgA2sEKaWnG3BQDFJhFSFcpEubsElmqMJz9jwXNKBEsiPoTh0hq327851D7uibNJBvZd2nV3zx42DdIKvfFlWAIA8_0C4Kxl9oZ_sE0J_goMUoBoCTnpM6UW2wjNUvJldKm14VkClO30qs/s200/I-was-on-the-road-again1.jpg" width="200" /></a>A direção de Salles é competente, como sempre. Ele consegue extrair o melhor de vários pontos do roteiro que em outras mãos passariam batidos. Salles não tem medo de explorar abertamente o uso de drogas e a retratar de maneira crua a sexualidade de seus personagens, que constitui parte fundamental da obra. A fotografia de Éric Gautier é instrumento fundamental para criar o clima, e, juntos, Salles e Gautier conseguem fazer algo do outro mundo em cenas como as experiências com drogas dos personagens, deixando seu telespectador um pouco entorpecido também. O roteiro de Jose Rivera é bom, embora bastante longo. Talvez a sensação seja diferente para quem leu o material original, mas às vezes o excesso de fidelidade com o livro cria situações que acrescentam pouco ao desenvolvimento dos personagens, como o relacionamento de Sal com Terry (Alice Braga). Afinal, Dean é o grande foco do filme e da vida do próprio Sal, como ele mesmo admite, sempre se posicionando à sombra e tendo uma inegável sensação de vazio quando está longe do amigo. Porém, os momentos de destaque do texto e a direção segura de Salles vem em resgate e, embora não poupem o longa de parecer estar se estendendo um pouco além da conta, nunca o deixam ficar pesado em excesso.<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiwCmbdOuecYB7bbOwcamRBrg9f2ZTGAb2wh5HGFBoI6aPz_xV1v8BRP86o5gx7OPCOWeGH6jJfPcRZkwNcbcHXySZ1fBnTfKq5IiPyqZwdRGDC4gVh5sZO7hjMGt7sdYdHe6J5KmNW65Y/s1600/On-The-Road-570x377.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="131" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiwCmbdOuecYB7bbOwcamRBrg9f2ZTGAb2wh5HGFBoI6aPz_xV1v8BRP86o5gx7OPCOWeGH6jJfPcRZkwNcbcHXySZ1fBnTfKq5IiPyqZwdRGDC4gVh5sZO7hjMGt7sdYdHe6J5KmNW65Y/s200/On-The-Road-570x377.jpg" width="200" /></a></div>
O grande destaque nas atuações é Hedlund, que consegue passar a intensidade desmedida de seu Dean e construir um personagem quase trágico e apaixonante, apesar de todas as suas falhas evidentes. Para quem temeu uma atuação irregular de Kristen Stewart, atriz que sempre divide opiniões, ela segura as pontas da personagem, ainda que passe longe de se destacar. Porém, há algo em sua Marylou que soa bastante natural e faz Stewart parecer a escolha certa para o papel, apesar de tudo. Há excelentes participações especiais de Viggo Mortensen, Amy Adams, Steve Buscemi, Terrence Howard e Elisabeth Moss ao longo do filme, que enriquecem o filme e aliviam a tensão sempre focada em Sal e Dean.<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjjcrDbPHa5EN6y17yYpOFgjdRbPUVOIPa40ATbdPgGBtVegZXHEh0FZ9hocKwwp_dAMYH-0elIgFQls3cGxWmJwXgJrCOLticUlJXNPlQJg7P8ISoF9XOBD-6C7GzWlI_GtsdHpA0dXVo/s1600/on-the-road.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="111" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjjcrDbPHa5EN6y17yYpOFgjdRbPUVOIPa40ATbdPgGBtVegZXHEh0FZ9hocKwwp_dAMYH-0elIgFQls3cGxWmJwXgJrCOLticUlJXNPlQJg7P8ISoF9XOBD-6C7GzWlI_GtsdHpA0dXVo/s200/on-the-road.jpg" width="200" /></a>Talvez <i>Na Estrada</i> não seja exatamente um filme fácil para todos, devido ao conteúdo extremamente polêmico para sua época do livro inspirador e que ainda hoje soa muito forte para alguns públicos, o que, somado a estrutura e duração do longa o torne repelente para certas pessoas. Ainda assim, vale a pena pegar mais essa estrada que Salles no convida. Não é um filme tão fácil de gostar quanto <i>Central do Brasil</i> ou <i>Diários de Motocicleta </i>- a comparação é um tanto inevitável no caso -, e talvez não esteja mesmo no mesmo patamar, mas ainda vale o ingresso de quem gosta de cinema bem-feito e de mente aberta, de quem se interessa na Geração Beat, ainda que não seja nem de perto a análise detalhada do movimento que alguns gostariam, ou de quem simplesmente gosta de botar o pé na estrada de vez em quando e tem que, vez por outra, superar seus próprios bloqueios criativos.<br />
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Nota: 4,0 de 5,0.Gabriel Pereirahttp://www.blogger.com/profile/05414683119797091036noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3725860853187159269.post-66378140088763883402012-07-09T22:23:00.000-03:002012-07-09T22:24:53.012-03:00De cinema, televisão e Hollywood<div>
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjz1pGjqe4D-Cl5r1MM2sGlpCNMHKwi14cYqZm60sbJCeATn9MBk2hpwAL7bqxUN2eZoA-r76Z0kZWI9E1WBw2FDFQuHcNXzAEU-WOhkiBbwEaluoeUCPRHpWe8FKaIdgvul-EytYx9ozk/s1600/madmen.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="235" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjz1pGjqe4D-Cl5r1MM2sGlpCNMHKwi14cYqZm60sbJCeATn9MBk2hpwAL7bqxUN2eZoA-r76Z0kZWI9E1WBw2FDFQuHcNXzAEU-WOhkiBbwEaluoeUCPRHpWe8FKaIdgvul-EytYx9ozk/s400/madmen.jpg" width="400" /></a></div>
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Em algum ponto em abril, enquanto fazia uma de minhas já tradicionais visitas aos meus costumeiros sites sobre cinema, me deparei com esse artigo de James Wolcott para a revista Vanity Fair, datado de antes do Oscar deste ano: <a href="http://www.vanityfair.com/hollywood/2012/05/wolcott-television-better-than-movies">http://www.vanityfair.com/hollywood/2012/05/wolcott-television-better-than-movies</a> (em inglês, mas para quem puder, vale a pena ler). Em resumo, Wolcott proclama a morte do cinema tradicional americano, em comparação, pelo menos, com a televisão americana e seus produtos. Uma posição extrema, sem dúvidas. Mas será que válida? O cinema estaria mesmo enfrentando uma crise de proporções tão grandes que seus fãs deveriam simplesmente fazer uma migração para a televisão - e "migrar para a televisão" são palavras bastante estranhas para 2012, se você pensar bem. Wolcott exagera um pouco no tom quase apocalíptico, é preciso reconhecer, mas, de maneira geral, ele está certo em todo o resto. Sim, o cinema é imortal e pessoas de visão e talento existem em todos os lugares do mundo, contudo está cada vez mais claro que o cinema vem perdendo e muito em qualidade em função do esvaziamento de ideias ou mesmo de conteúdo para bons roteiros e uma perda quase generalizada de coragem.</div>
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Vamos pelo começo. Quando alguém passa a se dedicar a falar de cinema moderno, é basicamente impossível não tocar no assunto Hollywood. Ainda que a pessoa em questão queira negar todos os valores do cinema tradicional hollywoodiano, ela precisa primeiro expor sua posição e seus fundamentos. O cinema americano lançou várias bases e tendências ao longo do século XX que viriam a se tornar padrões para a sétima arte, de forma que é impossível não prestar honras ao cinema clássico americano e reconhecer a importância e impacto de seu conglomerado empresarial, Hollywood. Desse modo, é igualmente impossível não admitir que qualquer mudança nos padrões de Hollywood afetam, sim, o cenário do cinema mundial. Negar isso é presunção e não querer ver o óbvio. O que torna o artigo de Wolcott mais interessante ainda, porém, é sua comparação do cinema com as séries americanas, o inegável segundo produto cultural mais tradicional dos Estados Unidos. E é aqui que a coisa pega.<br />
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Assim como o cinema americano influencia pessoas por todo o continente e além-mar, sua televisão também. Com a explosão da TV à cabo, as séries se tornaram muito populares e invadiram lares de todo o mundo - sem mencionar o apoio mais recente da internet, que atua como faca de dois gumes, tanto difundindo quanto facilitando a distribuição de downloads não autorizados. Em termos de Brasil, seu acesso e apreciação ainda é limitado a uma classe média, enquanto o cinema segue sendo mais universal, mas os efeitos da invasão das séries se fez presente até na TV brasileira, que na última década investiu mais tempo de sua programação em suas próprias aventuras no gênero, ainda que de forma particular. Tudo isso torna mais fácil para que os privilegiados com acesso daqui possam reconhecer que o padrão da televisão americana está mais alto do que nunca, algo que eles próprios já perceberam há muito tempo.</div>
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Séries como <i>Mad Men</i>, <i>Game of Thrones</i> e <i>Boardwalk Empire</i> se destacam como superproduções do presente, com roteiros primorosos e valentes. Sem mencionar séries já encerradas, como <i>Lost </i>(ainda hoje, minha série favorita e inabalável em seu primeiro lugar) e <i>The Sopranos</i>. Na medida oposta, o cinema fica cada vez mais careta e conservador. Isso falando apenas de drama, pois na comédia a TV já superou o cinema há muito, desde que <i>Friends </i>e <i>Seinfield </i>ganharam corações ao redor do mundo. A tradição se mantém viva hoje, com sucessos de público e de crítica como <i>The Big Bang Theory</i>, <i>How I Met Your Mother</i>, <i>Community </i>e <i>Parks and Recreation</i>. Todas essas séries têm mostrado iniciativas mais inovadoras e propostas mais promissoras do que a maior parte do que é feito no cinema atual. Por uma série de razões, produtores, diretores e roteiristas constantemente investem em fórmulas mais tradicionais, deixando os riscos de lado para atrair audiências cada vez mais amplas, o que não deixa de ser um reflexo de como as cifras cada vez mais altas vêm interferindo e pedindo resultados mais práticos.<br />
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Sem dúvida existe uma grande leva de diretores talentosos fugindo dos padrões com frequência e entregando trabalhos constantemente originais: Martin Scorsese, Woody Allen, Terrence Malick, Steven Spielberg, David Fincher, Darren Aronofsky, Christopher Nolan, só para nomear alguns. É certo também que existe vida fora de Hollywood e vida em abundância, não só nos cinemas de outros países, mas igualmente no cenário independente americano, que a cada ano vem emplacando filmes de sucesso. Contudo, é uma pena ver o potencial de uma grande máquina de cinema ser desperdiçado visando escolhas que têm muito pouco a ver com arte. Enquanto a televisão vêm preencher esse vazio, fica a esperança de que a sétima arte americana possa atravessar essa crise generalizada de criatividade e possamos dispor de variadas formas de entretenimento de qualidade.</div>Gabriel Pereirahttp://www.blogger.com/profile/05414683119797091036noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3725860853187159269.post-37831454234938674462012-07-04T21:23:00.000-03:002012-07-04T22:41:51.010-03:00Análise: Sombras da Noite<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhci7PxBIPHRK2Z7wtPTYkZc2lpU-zvOLldm_655e9pDIrSOhUKIRTITUrd6vUtBld969iLRJl-Y3xPEpm6ffIFng_W_X93_k0hHplT-INxORH3mwxft9v5q8qq7km-1Egs6bQvWEOb12A/s1600/sombras+da+noite.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhci7PxBIPHRK2Z7wtPTYkZc2lpU-zvOLldm_655e9pDIrSOhUKIRTITUrd6vUtBld969iLRJl-Y3xPEpm6ffIFng_W_X93_k0hHplT-INxORH3mwxft9v5q8qq7km-1Egs6bQvWEOb12A/s200/sombras+da+noite.jpg" width="135" /></a>O modo mais justo de começar essa resenha de <i>Sombras da Noite</i> é confessar que acho Tim Burton um diretor superestimado. Certo, ele fez alguns longas realmente interessantes na década de 1990 e <i>Peixe Grande</i> é inegavelmente um filme bonito e simpático, mas o status privilegiado de Burton junto ao universo do cinema como um todo sempre me pareceu fora de proporção. Apesar disso, sempre insisti em acompanhar seus filmes, pois sempre percebi algumas qualidades que não deveriam ser menosprezadas, como seu cuidado visual impecável e o clima que suas obras invariavelmente apresentam, com sua inclinação ao surreal e ao burlesco. Porém isso nem sempre é o bastante para salvar uma produção, o que é o caso evidente de <i>Sombras da Noite</i>, filme baseado em uma famosa <i>soap opera</i> americana da década de 1960 criada por Dan Curtis, mas que parece ter sido destinada a Burton. A afinidade do diretor com a estética da história poderia ter rendido um resultado memorável, mas, infelizmente, isso não chega nem perto de acontecer, por uma série de erros que acabam ficando escancarados.<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjVwEksQGcC9mftGnp790OdAa6HjYAxKckUDly5Khx7oBaP8n9EDJQGakU5pMfkY0NmXQGOwe3Tb3WrwxCc_Xg7BdUD04xV0iwL1tWOXuTOomLY3AgMPSL0DE39Nc_yhQWu75y8k21OLfs/s1600/johnny-depp-dark-shadows-movie-image-3.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="133" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjVwEksQGcC9mftGnp790OdAa6HjYAxKckUDly5Khx7oBaP8n9EDJQGakU5pMfkY0NmXQGOwe3Tb3WrwxCc_Xg7BdUD04xV0iwL1tWOXuTOomLY3AgMPSL0DE39Nc_yhQWu75y8k21OLfs/s200/johnny-depp-dark-shadows-movie-image-3.jpg" width="200" /></a>A história começa no final do século XVIII, quando a família inglesa Collins se muda para o Maine e funda a cidade de Collinsport, fazendo uma fortuna com a pesca. Porém, o filho dos Collins, Barnabas (Johnny Depp), um tipo conquistador, seduz Angelique Buchard (Eva Green) embora não esteja apaixonado por ela e desconhecendo o fato de que ela é uma feiticeira. Quando Barnabas se apaixona por Josette Du Pres (Bella Heathcote), Angelique se vinga conduzindo a moça ao suicídio. Desesperado, Barnabas tenta se matar também, mas a feiticeira faz com que ele se transforme em um vampiro antes de ter sucesso, condenando-o a passar uma vida eterna amaldiçoada. Incitando a população de Collinsport contra Barnabas, Angelique se torna a nova governante do lugar, enquanto o vampiro é enterrado em um local remoto.<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiwY2IdYvN-uYsX4Jr7oM2s0RyZqp5cciYpUFw1ONotM-nduQFNqrzAGDOgoJ64ZL5kTX5pgko_qncYipPomG3ArzaJMibI2XsAmlCiWMoaOXNOCRK3cwA-KVJL9cHzrdcluxZvjo_gqeA/s1600/darkshadows.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="120" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiwY2IdYvN-uYsX4Jr7oM2s0RyZqp5cciYpUFw1ONotM-nduQFNqrzAGDOgoJ64ZL5kTX5pgko_qncYipPomG3ArzaJMibI2XsAmlCiWMoaOXNOCRK3cwA-KVJL9cHzrdcluxZvjo_gqeA/s200/darkshadows.jpg" width="200" /></a>Duzentos anos se passam, até que Barnabas é libertado acidentalmente de sua sepultura em 1972. Entrando em choque com o novo mundo, ele retorna até a casa de sua família e se reúne com seus últimos descendentes: Elizabeth (Michelle Pfeiffer), a matriarca da família; sua filha rebelde de 15 anos, Carolyn (Chlöe Grace Moretz); o irmão de Elizabeth, o boa-vida Roger (Jonny Lee Miller); e seu filho, atormentado pela morte da mãe, David (Gulliver McGrath). Lá também moram os funcionários da casa: a psiquiatra de David, Dra. Hoffman (Helena Bonham Carter), o zelador, Willie (Jackie Earle Haley), e a nova governanta, Victoria, que Barnabas percebe ser a reencarnação de Josette. Após alguns conflitos iniciais entre a família e Barnabas, o vampiro decide ajudar seu clã a recuperar a glória de outros tempos, em especial após descobrir que Angelique ainda vive, disfarçada como uma descendente de si mesma, e foi determinante para a ruína de seus descendentes.<br />
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Nota: 2,5 de 5,0.Gabriel Pereirahttp://www.blogger.com/profile/05414683119797091036noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3725860853187159269.post-72585065133280687842012-07-01T19:00:00.000-03:002012-07-01T19:00:01.935-03:00Flashback: Blade Runner<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEim2F2exMV2aOSZC9a2vSpC1gZ2JkiGnOBKZ1DGblfAEgkUsMbsvDWWUhFiJ5FECx8OhmcBCXEg7Y0VfafgBocfZQVVhjqXPcWoIbYHSG0JDSFy1vLTIaO1xqqMGW3_X8CP2S-6BNwje0U/s1600/Blade_Runner_poster.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEim2F2exMV2aOSZC9a2vSpC1gZ2JkiGnOBKZ1DGblfAEgkUsMbsvDWWUhFiJ5FECx8OhmcBCXEg7Y0VfafgBocfZQVVhjqXPcWoIbYHSG0JDSFy1vLTIaO1xqqMGW3_X8CP2S-6BNwje0U/s200/Blade_Runner_poster.jpg" width="133" /></a><span id="goog_1917646767"></span><span id="goog_1917646768"></span>Esta semana, o clássico da ficção <i>Blade Runner: O Caçador de Androides </i>completou trinta anos. Enquanto o filme passou longe de ser um sucesso na ocasião de lançamento, tornando-se algo próximo de um fracasso de bilheteria, foi justamente o tempo quem fez justiça ao filme de Ridley Scott, que voltava a visitar o gênero após <i>Alien: O Oitavo Passageiro</i>. Enquanto <i>Alien </i>brincava com metáforas para sexualidade ocultas sob a atmosfera do terror, Scott e os roteiristas Hampton Fancher e David Peoples trabalharam com uma gama imensa de referências pop em <i>Blade Runner</i>, mergulhando-as no molho do <i>noir </i>para utilizar os androides da trama como reflexões sobre a condição humana. Tantas influências poderiam ter gerado um resultado esquizofrênico, mas o talento de Scott impediu isso. O que se seguiu, na verdade, foi um filme que não pode ficar de fora de qualquer lista de melhores do cinema.<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgre96lmL5kqxOEJufrzT5tDwMhyphenhyphenMfNJPxM7ppMg5UZdMsZHd3rdLYJ6WnfX18sr_hzY8maGLePmuyePL4FjC8nCYjebil97bbiWZ7G_90Pcw4BZu5xqET3PvFr3goByxNsorDNyyM3Usg/s1600/blade_runner.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="150" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgre96lmL5kqxOEJufrzT5tDwMhyphenhyphenMfNJPxM7ppMg5UZdMsZHd3rdLYJ6WnfX18sr_hzY8maGLePmuyePL4FjC8nCYjebil97bbiWZ7G_90Pcw4BZu5xqET3PvFr3goByxNsorDNyyM3Usg/s200/blade_runner.jpg" width="200" /></a></div>
A trama, ambientada numa Los Angeles decadente de 2019 (o que era um futuro bem longe em 1982), gira em torno de Rick Deckard (Harrison Ford), um caçador de replicantes (androides criados para serem mais perfeitos que os próprios humanos e trabalharem no espaço, mas que foram proibidos de visitar a Terra) aposentado, que é levado de volta à ativa quando um grupo de replicantes se rebela e desembarca no planeta. Liderados por Roy Batty (Rutger Hauer), eles querem encontrar seu criador para questionar as motivações por trás da própria existência e pedir mais tempo de vida (já que os replicantes são programados para morrer após certo tempo). Em sua caçada, Deckard encontra Rachael (Sean Young), assistente do tal criador que não desconfia que é, ela mesma, uma replicante. Quando a verdade a encontra com um choque e é confirmada por Deckard, os dois começam um relacionamento intenso, mas fadado a um fim abrupto. Enquanto isso, as ruas de uma sombria Los Angeles viram cenário para uma caçada sangrenta, cujo desfecho é ao mesmo tempo belo, trágico e inesperado.<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhqg0SUpnSY79hgCAzshqTTaLyBs-fZngC_hMbJo_D5iXy7JkLD0HJxSdAy1IlpKnGVlfY1QWJ3XnWG465moeaiqgdPwFo4mc5w21WiVLfZ8vFUWhFEoyVVbipuDmwghdOX8zwQsMj1CpY/s1600/03.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="161" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhqg0SUpnSY79hgCAzshqTTaLyBs-fZngC_hMbJo_D5iXy7JkLD0HJxSdAy1IlpKnGVlfY1QWJ3XnWG465moeaiqgdPwFo4mc5w21WiVLfZ8vFUWhFEoyVVbipuDmwghdOX8zwQsMj1CpY/s200/03.jpg" width="200" /></a></div>
O filme ganhou uma variedade de versões ao longo dos anos, em grande parte pela insatisfação de Scott com o final "feliz" veiculado nos cinemas em 1982, que suavizava as insinuações de que o próprio Deckard era um replicante e garantia um futuro para ele e Rachael. Na versão do diretor, lançada anos depois, o desfecho é mais sombrio e incerto. Qualquer que seja o caso, a questão toca no tema central de <i>Blade Runner</i>: a humanidade. Os replicantes, embora "vilões", parecem possuir sentimentos mais identificáveis do que os humanos, que por sua vez são frios e práticos. É só lembrar da cena próxima ao final onde Gaff (Edward James Olmos), referindo-se a Rachael, diz: "<i>It's too bad she won't live! But then again, who does?</i>" (É uma pena que ela não vá viver! Mas afinal, quem vive?). É impossível deixar de notar a metáfora religiosa: os androides estão atrás de seu Criador para tentar compreender suas próprias existência e mortalidade. Os replicantes são nada mais que um simbolismo para nós mesmos, sempre em busca de respostas e tentando reverter a brevidade da vida, mas terminando com mais dúvidas do que antes na cabeça. Invertendo as concepções de humano e androide,<i> Blade Runner</i> traz o questionamento dos limites da humanidade e, por fim, o que podemos entender desse conceito e qual é, afinal, sua importância numa sociedade cada vez mais tecnológica e robótica.<br />
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Nota: 5,0 de 5,0.<br />
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<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="http://www.youtube.com/embed/ZTzA_xesrL8" width="420"></iframe>Gabriel Pereirahttp://www.blogger.com/profile/05414683119797091036noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3725860853187159269.post-24659260475561106742012-06-25T20:57:00.001-03:002012-06-25T20:57:26.387-03:00Análise: Prometheus<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiSQwPQGPq58mkJKUiaOSm1mygif01odMFRJHqBFn51nIeYU5_LoLd6CBI5UsWDh4eJ20EgZor60Ku5ZKvW_ZtT7czuzYDTtB9oNWgPRpDTb8k_sn1BRIF_1nuuu9-hkHm2xORQtZWV5Uw/s1600/prometheus_poster.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiSQwPQGPq58mkJKUiaOSm1mygif01odMFRJHqBFn51nIeYU5_LoLd6CBI5UsWDh4eJ20EgZor60Ku5ZKvW_ZtT7czuzYDTtB9oNWgPRpDTb8k_sn1BRIF_1nuuu9-hkHm2xORQtZWV5Uw/s200/prometheus_poster.jpg" width="135" /></a>Há praticamente dez anos atrás, multiplicavam-se comentários em sites especializados de que um quinto filme na série <i>Alien </i>estava em produção. Boatos de uma colaboração entre Ridley Scott e James Cameron, diretores dos dois primeiros e melhores filmes da franquia, surgiam com força, o que animou os fãs de ficção científica. O tempo passou, notícias surgiram, outros assuntos desapareceram, Cameron abandonou o navio (o trocadilho é intencional) e, enfim, dois anos atrás Scott anunciou que assumiria a direção de uma prequel para a série, estabelecendo as origens para a mitologia do universo <i>Alien</i> e revelando a cadeia de acontecimentos que culminaram em <i>Alien: O Oitavo Passageiro</i>. O resultado é <i>Prometheus</i>, que marca o retorno de Scott ao sci-fi trinta anos depois. O filme de fato tenta se posicionar como ponto de partida e funcionar como obra independente e, embora escorregue notavelmente em vários momentos no roteiro, apresenta-se de maneira honrosa para a reputação de Scott junto ao gênero.<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgAMiuUshPBQK3JKwdojZpUFYZzhafs5MlpKCNbYava7OHBIx2kydBrg9cAkJA5I2D-kFaxvvZ1Mz-f1SXpGdghpMCMcBnmayfoLY5GEfl4B1WPPctPGM-jGFnx7z0eqcyGZ3P78w1hEjY/s1600/029.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="133" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgAMiuUshPBQK3JKwdojZpUFYZzhafs5MlpKCNbYava7OHBIx2kydBrg9cAkJA5I2D-kFaxvvZ1Mz-f1SXpGdghpMCMcBnmayfoLY5GEfl4B1WPPctPGM-jGFnx7z0eqcyGZ3P78w1hEjY/s200/029.jpg" width="200" /></a>Vou começar minha análise de modo inverso ao que costumo fazer, destacando os pontos negativos primeiro. Na verdade, o grande problema nesse sentido, para mim, é o roteiro. Não que ele seja ruim ou peque em ritmo, mas inegavelmente deixa muito a desejar em termos de finalização. Muita coisa é simplesmente deixada no ar e fica a sensação de que todo o tempo estava se pensando em deixar material sobrando para uma continuação. Não que eu ache que absolutamente tudo precise de respostas, mas há um mínimo de perguntas que precisam ser satisfeitas e com o qual <i>Prometheus </i>parece não se importar. Outro ponto que acabou ficando a dever no roteiro - que tem como um dos autores Damon Lindelof, roteirista da série <i>Lost </i>- foi o desenvolvimento de alguns personagens. Enquanto David, o androide, e em certa medida Shaw são construídos razoavelmente, muitos outros personagens importantes acabam se mostrando pouco. É o caso, por exemplo, de Vickers, que faz a ótima Charlize Theron se tornar quase uma participação especial.<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiqpoUnVZMC2uQx3qt3AcjTtHw8ufr45uZfizzBebFnZlr8RiygDqON43U6mwkqiSjghPw6KcYUAbFBlLaAekeHSW5QGOtEHiGXXXLdfZkV8y-xlHrgXDLTXCkEe6WsCQD5QpjsHXqkGj8/s1600/Prometheus-Movie-Spoilers.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="105" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiqpoUnVZMC2uQx3qt3AcjTtHw8ufr45uZfizzBebFnZlr8RiygDqON43U6mwkqiSjghPw6KcYUAbFBlLaAekeHSW5QGOtEHiGXXXLdfZkV8y-xlHrgXDLTXCkEe6WsCQD5QpjsHXqkGj8/s200/Prometheus-Movie-Spoilers.jpg" width="200" /></a>De resto, não há dúvidas: <i>Prometheus </i>é uma ficção científica de primeira linha. A homenagem que presta a <i>Alien</i>, quase emulando sua estrutura e sugando seus elementos de cinema de terror, é nítida e bem-vinda. Scott mostra que não enferrujou com o tempo longe do gênero e entrega um trabalho belíssimo. A cena inicial é espetacularmente bonita e a sequência do parto, sem dizer mais para não estragar qualquer coisa, é sem dúvidas a melhor do filme, levando os níveis de tensão a um nível inacreditável. Assim como <i>Alien</i>, a moral final é um alerta para o deslumbramento humano diante do desconhecido e de suas forças que podem sair de nosso controle, mas Prometheus, mais épico e com mais poesia, usa uma salada cultural de mitos gregos, lendas de povos da Antiguidade e referências a Lovecraft para passar sua mensagem. Não é melhor que seu homenageado e sucessor cronológico, que ganha com toda sua simplicidade e crueza, mas é uma adição indolor ao cânone. O elenco funciona, com destaque para Fassbender, mais uma vez roubando a cena em um filme e nos brindando com o melhor androide da série, sempre frio mas começando a desenvolver emoções como inveja e maravilhamento. Uma prequel digna, no momento em que Hollywood parece estar banalizando essa tendência.<br />
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Nota: 4,0 de 5,0.<br />
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<b>Mas não acabou aqui!</b><br />
Primeiro, um aviso. Hoje, justamente, 25 de junho de 2012, Blade Runner, de Scott, está completando 30 anos. Fica aqui meu parabéns e a promessa de uma resenha desse clássico dos clássicos para essa semana.<br />
Agora, fugindo um pouco à minha determinação de não soltar spoilers de filmes que ainda estão no cinema ou são muito recentes, um último parágrafo de divagações com revelações do enredo.<b> Daqui pra frente, só leia se já viu o filme.</b> Ou simplesmente se não é do tipo que se incomoda com ter as surpresas estragadas, rs.<br />
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Muita gente ficou confusa com o final do filme - e a aparição do Alien - não se conectarem muito bem com o começo de <i>O Oitavo Passageiro</i>. Existe uma razão simples. As duas coisas realmente não se conectam. Aquela não é a lua em que a Nostromo pousa 29 anos depois. Poderia parecer, à primeira vista, que o fim de um levaria diretamente para o começo de outro, mas não. Algo que só reforça a chance de uma continuação, essa sim (talvez) fazendo a conexão final. O gancho já foi estabelecido, com Shaw partindo para encontrar os Engenheiros. De resto, fica a dúvida: o Alien que aparece no final é o primeiro Alien de todos, o elo perdido criado quase que experimentalmente por David quando ele infectou Holloway, e este por sua vez Shaw? Se sim, como os Aliens se multiplicaram por aí e chegaram em outra lua? Pontas soltas que, olha lá, quase obrigam uma continuação para remendar a história. Quando algumas perguntas são respondidas, outras surgem... é a maravilha do cinema.Gabriel Pereirahttp://www.blogger.com/profile/05414683119797091036noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-3725860853187159269.post-47840194955276691792012-04-24T23:31:00.000-03:002012-04-24T23:31:19.848-03:00Pixar: quando filmes para crianças são mais que isso<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj2iinAqpoo6IS_ypC1mX_OXKqVlhzyhTdzkJ5YjRHP94X5ifpNaUtH9h6XWJOMVvb03e3XbtNm_0YhJ34eQFYdBf22NW6nj5huS4uMIMrT_oKyojbwBhrBz1MZQ8oyqtpbil0PtX5t5UY/s1600/Pixar_animation_studios_logo.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="108" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj2iinAqpoo6IS_ypC1mX_OXKqVlhzyhTdzkJ5YjRHP94X5ifpNaUtH9h6XWJOMVvb03e3XbtNm_0YhJ34eQFYdBf22NW6nj5huS4uMIMrT_oKyojbwBhrBz1MZQ8oyqtpbil0PtX5t5UY/s200/Pixar_animation_studios_logo.jpg" width="200" /></a></div>
Colocar sonhos nas telas do cinema. Pode-se dizer que esse sempre foi o lema não-oficial da Pixar e de suas animações. Com uma história de décadas, a trajetória do estúdio cruza com nomes como a Lucasarts, no seio de quem nasceu e cresceu; Steve Jobs, que comprou o grupo na década de 1990; até chegar na Disney, que se tornou a principal parceira do estúdio e a atual detentora de suas ações. Com seu estilo baseado em animação gerada por computadores, a Pixar se tornou uma das pioneiras do ramo - <i>Toy Story</i> é o primeiro longa totalmente no estilo, embora haja quem afirme que o brasileiro <i>Cassiopéia </i>foi o primeiro 100% computadorizado de fato. Discussões acaloradas à parte, a Pixar veio a se tornar o maior estúdio de animação digital do mundo, talvez superando a própria Disney em popularidade na última década. A pergunta que fica é: por quê? Como um estúdio que começou a produzir longas há 17 anos pode ter se tornado um fenômeno cultural tão grande?<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhE2ROCuQ52rddngFXLfafg77f9VwfM4zWGGqZUVe0c_cVov7Jaf1wfUcT4Uw8oyb8yQ5ARGrnIkNmgPGQhyCTwYeNvCvdBSg80pfMAES-Vqa61wEkjltKsO-p_kue0BixyMLvlMV_QYh8/s1600/Toy-Story-3_1.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="100" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhE2ROCuQ52rddngFXLfafg77f9VwfM4zWGGqZUVe0c_cVov7Jaf1wfUcT4Uw8oyb8yQ5ARGrnIkNmgPGQhyCTwYeNvCvdBSg80pfMAES-Vqa61wEkjltKsO-p_kue0BixyMLvlMV_QYh8/s200/Toy-Story-3_1.jpg" width="200" /></a></div>
Na época de seu lançamento, <i>Toy Story</i> era algo inacreditável, uma verdadeira sensação para a maior parte do público. Sim, a animação, produzida em parceira e distribuída pela Disney, era realmente de uma qualidade espantosa, com uma riqueza de detalhes que ainda hoje é capaz de fazer o crítico mais exigente sorrir. Sua continuação, <i>Toy Story 2</i>, que a Disney chegou a planejar fazer diretamente em vídeo, e <i>Vida de Inseto</i>, os dois projetos seguintes da Pixar, não deixaram por menos, exibindo uma produção cada vez mais apurada e bem executada. Mas outra coisa se destacava fortemente, algo que ia além do assombro visual: os roteiros. Os desenhos do grupo tinham roteiros muito bons, fugindo do esquema tradicional da princesa encantada em perigo e do tirano usurpador (que produziu grandes clássicos, claro, mas que pede por uma pausa e uma reinvenção).<br />
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A grande sacada da Pixar foi produzir longas que, de certa forma, eram atemporais. Vamos analisar um grande clássico da Disney em comparação, <i>O Rei Leão</i>, por exemplo (aliás, minha animação favorita - achei que vocês deveriam saber). Seu tema, argumento e desenvolvimento permitem que o longa seja apreciado por pessoas de todas as idades, sempre, mas ele deixa uma marca especial exclusivamente nas crianças. Ele é pensado para ser assim, esse é seu apelo. Agora, consideremos um filme como <i>Up</i>. Seu apelo inicial é o público infantil, é óbvio, mas ele tem um ponto de virada. Sua história consegue falar alto com pessoas de qualquer idade, talvez dialogando melhor até mesmo com uma plateia mais madura. Até mesmo um filme que parece ser moldado exclusivamente para crianças, como <i>Procurando Nemo</i>, encontra esse eco necessário em outras idades que faz com que ele seja, de fato, uma experiência que não vê barreiras etárias.<br />
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A história apresenta pequenas variações em relação ao conto: um rei viúvo se casa com uma bela e vaidosa mulher (Julia Roberts). O soberano um dia desparece na floresta, deixando a Rainha para cuidar do reino e de sua filha do primeiro casamento, Branca de Neve (Lily Collins), dita ser a mais bela mulher do mundo. Com inveja da enteada, a Rainha a mantém trancada no castelo, até que a princesa um dia consegue fugir e conhece a pobreza que a nova governante fez cair sobre seu reino. Nessa saída ela também conhece o príncipe Alcott (Armie Hammer), um nobre em busca de aventuras. Desnecessário dizer como eles se apaixonam à primeira vista. O príncipe acaba no castelo da Rainha, que, em meio a uma crise financeira, arma um plano para se casar com ele. Para isso, ela decide dar um fim em Branca de Neve, que conquistou o coração do príncipe e começou a confrontá-la a respeito de sua administração. Ela manda seu servo Brighton (Nathan Lane), que assume o posto do caçador da história tradicional, matá-la na floresta, mas o homem se compadece e deixa a menina escapar. Branca de Neve acaba se refugiando no esconderijo dos Sete Anões, um grupo de ladrões que foram expulsos das cidades por serem "indesejáveis". Juntos, eles vão lutar para que Branca de Neve recupere tudo que perdeu e depor sua madrasta tirana.<br />
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Os aspectos visuais do filme são de fato deslumbrantes: a direção de arte e o figurino estão bastante competentes. Os efeitos especiais, se não impressionam, não deixam nada a dever, também. Lily Collins está bem como a Branca de Neve, em uma caracterização bem próxima da qual eu imagino para a personagem original. Apesar disso, torna-se quase forçado pensar nela como a mulher mais bonita do mundo quando ela contracena ao lado de Julia Roberts, que, embora não esteja em seu melhor momento, é a maior graça do filme e possui as melhores cenas.<br />
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Porém, a maior parte dos defeitos se concentra em dois pontos: a direção enrolada de Singh, que não explora bem as melhores oportunidades da trama nem tentar extrair mais de seus atores, e o roteiro capenga. Em nenhum momento a história apresenta originalidade o bastante para afastá-la do posto de mais uma adaptação genérica. As piadas soam quase forçadas na maior parte das situações e alguns personagens, como o do príncipe, são incrivelmente mal-desenvolvidos, aparecendo rasos e sem carisma. Até gostei da forma como os anões foram explorados nessa versão, mas com um roteiro tão fraco, todo o potencial deles é desperdiçado em mais piadinhas que não fazem ninguém de fato rir. Junte a isso uma fotografia que mistura momentos razoáveis com outros inusitados e uma montagem que às vezes soa alucinada demais para o estilo da obra e chegamos ao resultado final: um filme com boas intenções, mas que escorrega demais em um número muito grande de falhas, soando perdido e pouco inspirado. Não sei o que será da segunda adaptação da história, mas talvez ainda haja tempo de buscar inspiração sobre o que <i>não </i>fazer.<br />
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Nota: 2,0 de 5,0.Gabriel Pereirahttp://www.blogger.com/profile/05414683119797091036noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3725860853187159269.post-72269933676395293642012-04-18T21:01:00.001-03:002012-07-04T10:51:57.191-03:00Flashback: TitanicDepois de quase duas semanas "fora", estou de volta. A razão pela ausência de post nesse intervalo é pura e simplesmente minha completa falta de tempo. Mas uma coisa eu posso garantir: não deixei de pensar no blog em nenhum minuto, e, na verdade, estou planejando algumas mudanças na casa para breve. Falarei mais sobre isso nos próximos posts, mas prometo que não vou deixar tanto tempo se passar sem atualizações por aqui.<br />
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Todo ser humano que não viveu na Terra Média ou em Nárnia nos últimos quinze anos conhece a história do filme, então apenas darei as pinceladas básicas. O Titanic foi o maior e mais luxuoso navio de seu tempo e era considerado insubmergível. A trama do filme começa na atualidade, com uma expedição do caçador de tesouros Brock Lovett (Bill Paxton) explorando os destroços do navio atrás do colar de diamantes conhecido como Coração do Oceano, que afundou com a embarcação. Ao encontrar uma pintura de uma bela mulher nua, Lovett é contatado por uma centenária Rose Dawson (Gloria Stuart), que conta a equipe sua saga como sobrevivente do naufrágio do Titanic. Uma adolescente Rose (Kate Winslet) embarcou no navio com a mãe (Frances Fisher) e o noivo, o mau-caráter Cal (Billy Zane). A bordo, Rose conheceu Jack Dawson (Leonardo DiCaprio), um pobretão com um talento notável para desenho. Os dois se apaixonam, para desgosto da mãe de Rose e ira de Cal, mas o maior dos problemas deles surge quando o navio se choca contra um iceberg - e o resto, literalmente, é história.<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi9anwVxzfzKV-7bj2nrGajIu2Rij8tZIGW78N4mm2ND7fcoOCGgVVLdfq5Ue4fqw8junP86q1Fk_ZFTlKsn3Kij9K_PIFmo5lBoZVd1Gq_eI0-jaQ8eHfYxX6i4gAFVmXQoCu9jg26b18/s1600/titanic-movie.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="100" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi9anwVxzfzKV-7bj2nrGajIu2Rij8tZIGW78N4mm2ND7fcoOCGgVVLdfq5Ue4fqw8junP86q1Fk_ZFTlKsn3Kij9K_PIFmo5lBoZVd1Gq_eI0-jaQ8eHfYxX6i4gAFVmXQoCu9jg26b18/s200/titanic-movie.jpg" width="200" /></a>O meu grande porém com <i>Titanic</i>, contudo, uma questão que conforme os anos passam só se intensifica, é justamente seu roteiro. Sendo bastante direto: ele é fraco. É quase fraco demais para toda a produção que se construiu sobre ele. James Cameron nunca foi um grande roteirista - ele é mais um homem de imagens do que de palavras - e <i>Titanic </i>deixa isso claro. A banalidade de seu roteiro, quase clichê, incomoda bastante. É uma grande pena, pois uma história mais afiada poderia ter verdadeiramente colocando o filme em um outro patamar. Mas, de maneira geral, isso não teve qualquer influência no resultado final. O filme ainda é um sucesso, ainda existem jogadas de marketing sobre ele e referências culturais a seu respeito estão em qualquer lugar na internet. Em seus méritos, que são muitos, é um filme arrasador, e que ainda será lembrado por um longo, longo tempo.<br />
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Nota: 4,5 de 5,0.Gabriel Pereirahttp://www.blogger.com/profile/05414683119797091036noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3725860853187159269.post-69123868875277864022012-04-08T20:40:00.004-03:002012-04-08T23:36:13.614-03:00Top 10: Músicos que viraram atoresA trajetória de um artista no mundo da música muitas vezes pode acabar dialogando com outras formas de arte. Muito frequentemente - em especial nos últimos tempos -, o cinema tem abraçado cantores e cantoras que resolveram fazer suas experimentações nas grandes telas. Ao contrário do que alguns poderiam esperar, essas experiências costumam ser bastante positivas. Muitos cantores já se revelaram atores talentosos. É claro que, da mesma forma, houve algumas situações desastrosas, também. O top 10 de hoje do blog é dedicado justamente a esses artistas que transpuseram as ondas da música atéo cinema, independente do resultado. Duas regras: primeiro - o artista precisava ser músico antes de ator, e não um ator que resolveu cantar também, para que o nome da lista faça algum sentido. Segundo - a carreira no cinema deve ser sólida. Uma participação como si mesmo em um filme de comédia não conta. Estamos falando de papéis pra valer, que exigem esforço de interpretação (ainda que isso não sempre aconteça. Bem).<br />
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Melhor momento: Hum, sua dublagem em <i>FormiguinhaZ</i></div>
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Se é para fazer essa lista, melhor começar do pior. Jennifer Lopez sintetiza em si tudo que pode dar errado quando alguém do mundo da música entra despreparadamente para o cinema, apoiado em uma carreira pop. Meu exemplo acima não foi apenas pelo humor, eu realmente não consigo apontar qualquer exemplo sério na filmografia de Lopez para usar aqui. Ainda assim, sua carreira é grande demais para ser simplesmente negada nessa lista.</div>
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Melhor momento: <i>Os Donos da Rua</i></div>
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A carreira do rapper no cinema pode ser bastante inconstante (com ele tendo participado de alguns desastres como <i>Anaconda </i>junto com... Jennifer Lopez), mas teve seus bons momentos. Sob os cuidados de bons diretores, como John Singleton e Kathryn Bigelow, Cube já rendeu atuações interessantes.</div>
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Melhor momento: <i>8-Mile</i></div>
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Outro rapper a aparecer nas grandes telas, Eminem pode só ter participado de um grande sucesso, seu autobiográfico <i>8-Mile</i>, pelo qual ganhou o Oscar de melhor canção por Lose Yourself, mas esse caso já é significativo o bastante para ser digno de nota. Tendo feito apenas pequenas participações depois, dificilmente Eminem voltará a fazer um papel importante.</div>
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Melhor momento: <i>Dançando no Escuro</i></div>
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Depois de participar de produções islandesas, a exótica Björk foi escolhida para protagonizar esse que talvez seja o filme mais acessível de Lars Von Trier. Por sua atuação, ela ganhou o prêmio de melhor atriz no Festival de Cannes (o que me lembra como Von Trier dirige bem suas atrizes, mas enfim, não vamos divagar).</div>
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Melhor momento: <i>Dreamgirls</i></div>
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Saída diretamente do popular reality show American Idol para o mundo, Hudson ganhou o Oscar e vários outros prêmios de melhor atriz coadjuvante por seu papel de estreia em <i>Dreamgirls</i>. De lá pra cá a atriz em pegando outros papeis coadjuvantes, mas se prepara para fazer sua primeira protagonista como Winnnie Mandela, a esposa do lendário líder sul-africano.</div>
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Melhor momento: <i>A Rede Social</i></div>
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Membro da boy band do final dos anos 1990 N'Sync, Timberlake surpreendeu muita gente ao construir uma carreira sólida como ator. Ganhador de dois Emmys por papéis na televisão, seu maior destaque no cinema até agora foi <i>A Rede Social</i>, como o fundador do Napster Sean Parker. Um ator bastante promissor.</div>
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4 - Queen Latifah</div>
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Melhor momento: <i>Chicago</i></div>
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Queen Latifah é um caso de uma cantora tão consagrada no cinema que muita gente simplesmente se esquece ou sequer sabe que tem uma carreira além de fazer filmes. Com uma das filmografias mais respeitáveis dessa lista, Latifah é um caso de sucesso notável.</div>
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Melhor momento: <i>Evita</i></div>
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A carreira da diva do pop no cinema (que teve sua estreia na direção com <i>Sujos e Sábios</i> e voltou a assumir o posto esse ano com o criticado <i>W.E.</i>) pode ser marcada por altos e baixos, mas é inegavelmente significativa. Seu papel mais forte foi seu dúvida o de Evita Perón, que se tornou aquele que todos associam ao pensar na cantora nas grandes telas. Melhor assim do que lembrarmos de certos desastres como <i>Destino Insólito</i>.</div>
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Melhor momento: <i>Feitiço da Lua</i></div>
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Com uma carreira musical iniciada em 1965, Cher foi uma atriz de destaque em especial nos anos 1980, quando ganhou um Oscar, dois Globos de Ouro e um prêmio de melhor atriz em Cannes. Muita gente ainda diz que ela roubou esses prêmios de atrizes mais talentosas (eu estou entre esses que não são grandes fãs), mas não dá para negar o peso da filmografia de Cher. </div>
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Melhor momento: <i>A Um Passo da Eternidade</i></div>
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Praticamente o primeiro cantor a trilhar os passos de ator, o genial Sinatra se revelou tão espetacular atuando quanto cantando. Essa foi apenas mais uma das tendências que Sinatra deu início, e por sua atuação em <i>A Um Passo da Eternidad</i>e ele ganhou o Oscar e o Globo de Ouro de melhor ator coadjuvante. Ele realmente ainda é o homem a ser batido nesta lista.</div>
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiM0ZdG35Pmt8zFsGk9G15fqpwTKSGCe-az76vEaIwuYF08jCvzwwwxmzQL525Ll7tvuFshKLQsf6Fttm5lAU8BdjSX5Br4ooe_00wkboYODsRSzU0KoW7vpI7r8OJrzVGQ6LW4JAOfhrA/s1600/Um-Metodo-Perigoso-poster.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiM0ZdG35Pmt8zFsGk9G15fqpwTKSGCe-az76vEaIwuYF08jCvzwwwxmzQL525Ll7tvuFshKLQsf6Fttm5lAU8BdjSX5Br4ooe_00wkboYODsRSzU0KoW7vpI7r8OJrzVGQ6LW4JAOfhrA/s200/Um-Metodo-Perigoso-poster.jpg" width="136" /></a></div>
Eu vou começar essa resenha de forma direta e um tanto quanto bombástica, porque considerando seu teor altamente contraditório, não há outra maneira de fazer isso. Eu já vi alguns filmes de David Cronenberg, não todos, mas uma boa parte, o suficiente para dizer o que vou dizer agora: <i>Um Método Perigoso</i>, seu último filme, que chega ao Brasil com quase um ano de atraso, é o pior de sua filmografia. Não, ele não é nenhum desastre. Pelo contrário, suas características positivas superam as negativas. Seu maior pecado, porém, é ser convencional demais, não ousar, se manter colado demais ao padrão, ainda que seja fruto justamente de um diretor que é famoso por não gostar de chegar nem perto de nada disso. Apesar disso, e contraditoriamente como eu já avisei que essa resenha seria, o filme ainda assim é altamente assistível, e um trabalho de forte atuação.<div>
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgRQLEg9h6Q66chqetOX8jBP4J1x_b1B0voJBT3d3dEiDysnrBr0u5xrXczLAktQKbP8MZHbiUNi01ssBbiT5YGC2W1hoE3-YJt0qe-YOezGQgHLkVVmVBQbyWmWRILQDZH5erI9FVnZws/s1600/metodo.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="133" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgRQLEg9h6Q66chqetOX8jBP4J1x_b1B0voJBT3d3dEiDysnrBr0u5xrXczLAktQKbP8MZHbiUNi01ssBbiT5YGC2W1hoE3-YJt0qe-YOezGQgHLkVVmVBQbyWmWRILQDZH5erI9FVnZws/s200/metodo.jpg" width="200" /></a>Dessa forma, o grande trunfo do longa está em suas atuações. Se Michael Fassbender, um excelente ator, não entrega seu papel mais impressionante, ele ainda cria um Jung crível e interessante. A atuação de Keira Knightley talvez divida opiniões por seu embasamento (na primeira parte do filme) em tiques histéricos e no próprio exagero característico dessa condição, mas eu particularmente gostei. Contudo, quem se destaca é Viggo Mortensen, sem medo de imprimir uma marca pessoal em seu personagem, fazendo um Freud de características próprias. Há ainda uma participação rápida e competente de Vincent Cassel como o psicoanalista e maluco-não-tão-beleza Otto Gross. Como um todo, o filme entretém e chega a seu objetivo, mas não me surpreenderei se daqui há alguns anos ele se transformar em obra renegada pelos fãs extremos de Cronenberg. Para o resto do público, em especial, os fãs de enredos com grandes dilemas psicológicos, a conferida pode valer a pena.</div>
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Nota: 3,5 de 5,0.</div>Gabriel Pereirahttp://www.blogger.com/profile/05414683119797091036noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3725860853187159269.post-6662890580073523782012-04-01T15:41:00.000-03:002012-04-01T15:41:05.999-03:00Top 10: É mentira!Datas especiais costumam inspirar postagens nesse blog, como vocês já devem ter percebido. Enquanto pela internet afora 1º de abril costuma ser uma data perigosa para circular por alguns sites (às vezes as brincadeiras acontecem até mesmo onde você menos espera), no cinema o tema da mentira costuma render bons filmes e uma boa diversão. Em algumas situações, a mentira é leve, mas traz grandes consequências. Em outras, a mentira é um crime ou acoberta um, e a trama não tem nada de tom brincalhão. Qualquer que seja o caso, o tema já é aproveitado a décadas e já rendeu até um documentário (?) de um dos maiores cineastas de Hollywood. Hoje, você confere aqui uma seleção dos melhores filmes sobre mentira.<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEht3WLyG-jm6CNML3RmEHBTG59QCwh6E58UFwQqDg7tT6d9uw-zEuCHqtPH6NLoLOVY6laQV6lOcJdYsHJZ8mxTY9FbwAG7zNFqXUzPaEDpvL6wd0B-tpPAxas5kOCkvcTfujDsMBPSM0E/s1600/picaretas.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEht3WLyG-jm6CNML3RmEHBTG59QCwh6E58UFwQqDg7tT6d9uw-zEuCHqtPH6NLoLOVY6laQV6lOcJdYsHJZ8mxTY9FbwAG7zNFqXUzPaEDpvL6wd0B-tpPAxas5kOCkvcTfujDsMBPSM0E/s200/picaretas.jpg" width="141" /></a>10 - Os Picaretas<br />
Diretor: Frank Oz / 1999<br />
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Steve Martin interpreta um produtor de cinema que tem o desejo de criar um grande sucesso, para o qual ele economizou por toda sua vida para juntar verba. Como o capital acumulado não é lá grande coisa - 2,184 dólares -, ele e sua equipe armam um plano de fazer com que um grande astro de Hollywood, interpretado por Eddie Murphy, atue no filme sem saber realmente que está participando de uma produção. Para isso, eles fazem com que atores interajam com o astro na rua, numa trama que simula uma invasão extraterrestre. O problema é que o ator é membro de uma seita exótica (paródia não-oficial da Cientologia) e passa a acreditar que a invasão é real.<br />
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Diretor: James Cameron / 1994<br />
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Nessa mistura de comédia com ação, Arnold Schwarzenegger é um agente secreto de contra-terrorismo americano. Sua profissão o obriga a esconder a verdade de sua esposa, interpretada por Jamie Lee Curtis, que acredita categoricamente que seu marido é um vendedor de computadores. O tédio do casamento faz com que ela passe a ver outro homem, mas as mentiras da vida do casal caem por terra quando eles acabam raptados por um terrorista que o marido estava perseguindo.<br />
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Diretor: Tim Burton / 2003<br />
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Will Bloom (Billy Crudup) sempre acreditou que seu pai, Edward (Albert Finney) era um mentiroso por causa das histórias de sua juventude que ele contava. Depois de muito tempo afastado, ele volta a encontrar o pai quando este está em seu leito de morte. Disposto a entender melhor aquele homem, Will aceita ouvir as histórias do homem, cuja versão jovem é interpretada por Ewan McGregor. Com vários toques de fantasia, esse é provavelmente o filme mais bonito de Tim Burton.<br />
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7 - F for Fake<br />
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiV8TTtp5FOTyGtPxbSv3aFzyc-Ueu5oLf8GWTI3W8wG-dw1Lr5m5ZXOscC1oZdjTGdvdQgaulrxU1m8w1VqgiNadmhzhzWJRL8Np3tPUgS1E1_Bro8t728ozlMdIX-WGkitPi8X1kbAEw/s1600/F_for_Fake_poster.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiV8TTtp5FOTyGtPxbSv3aFzyc-Ueu5oLf8GWTI3W8wG-dw1Lr5m5ZXOscC1oZdjTGdvdQgaulrxU1m8w1VqgiNadmhzhzWJRL8Np3tPUgS1E1_Bro8t728ozlMdIX-WGkitPi8X1kbAEw/s200/F_for_Fake_poster.jpg" width="144" /></a>Diretor: Orson Welles / 1974<br />
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Em estilo de documentário, mas com um roteiro que mistura fatos com ficção, Orson Welles explora o tema da mentira e cita ao longo do filme personalidades como Howard Hughes, Pablo Picasso e o falsificador de quadros Elmyr de Hory, cuja trajetória é o pontapé inicial do filme. O filme, por si só, é marcante por basicamente não se encontrar paralelos em termos de narrativa em qualquer lugar na história do cinema. Além disso, é o penúltimo filme dirigido por Welles, que por toda sua carreira brincou com a oposição de verdade e mentira, inegavelmente sua marca registrada.<br />
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Diretor: George Roy Hill / 1973<br />
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Situado na década de 1930, esse ganhador do Oscar de melhor filme mostra uma mentira sendo utilizada como a raiz de um golpe. Aqui, dois golpistas, interpretados por Robert Redford e Paul Newman, se unem para passar a perna em um mafioso de Chicago (Robert Shaw). Usando nomes falsos, eles se infiltram no círculo de confiança do mafioso, que não desconfia que um deles já aplicou um golpe anteriormente em um de seus homens de confiança, fazendo-o perder muito dinheiro.<br />
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Diretor: Anthony Minghella / 1999<br />
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Matt Damon é o Ripley do título, um jovem que ganha sua vida com golpes e mentiras. Ao conhecer um milionário, ele se faz passar por amigo de seu filho (Jude Law), um estudante de Princeton, e ganha muito dinheiro do ricaço para viajar para a Itália e convencer o filho, de quem Ripley finge ser amigo, a voltar para os Estados Unidos. No país europeu, Ripley começa a se insinuar na vida do jovem milionário e de sua namorada (Gwyneth Paltrow) com mais mentiras, que acabarão conduzindo a história a um final imprevisível e drástico.<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgHS_wKh3OyU3f34zTZlOf2PrTegTu3F1w7vDr6Y2YxZouIFubNA5zQmVF2HF7IFduNi7mw35b74252WaC70xmyCYPQr2jai3xZ08ZY8ibLn4FPLvFcPSpBMYlwWwKQE3josbGXP-qHTU4/s1600/good_bye_lenin.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgHS_wKh3OyU3f34zTZlOf2PrTegTu3F1w7vDr6Y2YxZouIFubNA5zQmVF2HF7IFduNi7mw35b74252WaC70xmyCYPQr2jai3xZ08ZY8ibLn4FPLvFcPSpBMYlwWwKQE3josbGXP-qHTU4/s200/good_bye_lenin.jpg" width="141" /></a>4 - Adeus, Lenin!<br />
Diretor: Wolfgang Becker / 2003<br />
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Nessa dramédia alemã, uma alemã fervorosa adepta da causa comunista entra em coma após um confrontamento com a polícia, pouco tempo antes da queda do Muro de Berlim. Quando ela enfim acorda, os médicos contam a seus filhos que outro choque poderá ser fatal para ela. É então que seu filho Alex (Daniel Brühl) passa a esconder a todo custo da mãe debilitada, com ajuda da irmã e da namorada, a derrocada do comunismo. Um filme divertido e emocionante.<br />
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Diretor: Steven Spielberg / 2002<br />
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O filme conta a história real de Frank Abgale Jr., interpretado por Leonardo DiCaprio, filho de um empresário com problemas (Christopher Walken). Fugindo da deterioração da família, na década de 1960, Frank começa a dar golpes falsificando cheques, o que logo chama a atenção do agente do FBI Carl Hanratty (Tom Hanks), que passa a seguir os rastros do jovem. Enquanto isso, Frank se especializa cada vez mais em seus golpes, e suas mentiras ficam cada vez mais complexas, até que ele conhece e se apaixona por uma filha de luteranos radicais (Amy Adams).<br />
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Diretor: Joel e Ethan Coen / 1996<br />
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Com problemas financeiros e cheio de dívidas, um vendedor de carros (William H. Macy) arma um plano ousado e contrata dois criminosos para sequestrar a própria esposa, com a intenção de fazer com que seu sogro, um empresário que o odeia, pague um resgate milionário. O plano começa a dar errado, porém, quando o sogro decide agir de seu próprio jeito e uma policial caipira, mas durona (Frances McDormand), começa a investigar assassinatos cometidos por um dos sequestradores. Talvez o mais impactante filme dos respeitados irmãos Coen.<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgJoy0dhK7yMmcZlUEIrIYo3lEVfUjkfk6nhT-D07bgyWqRuF62emypXDrYO8O7rDhCR-u_6K6QuFH5bUHodGyMgLwImqer0HpU8g_RTNy01URy-c4XTw4sk7VpuRJc4EqrjAMze44VKVA/s1600/Ferrisdayoff.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgJoy0dhK7yMmcZlUEIrIYo3lEVfUjkfk6nhT-D07bgyWqRuF62emypXDrYO8O7rDhCR-u_6K6QuFH5bUHodGyMgLwImqer0HpU8g_RTNy01URy-c4XTw4sk7VpuRJc4EqrjAMze44VKVA/s200/Ferrisdayoff.jpg" width="130" /></a>1 - Curtindo a Vida Adoidado<br />
Diretor: John Hughes / 1986<br />
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Esse clássico da Sessão da Tarde é provavelmente uma das melhores comédias já produzidas. Seu protagonista, Ferris Bueller (Matthew Broderick), é um estudante do ensino médio que conta uma mentira clássica para seus pais: a de que está muito doente para ir para a escola. Ganhando o dia livre, ele convence sua namorada e seu melhor amigo a passear por Chicago antes que o ensino médio acabe e eles se separem. Mas, para isso, precisará manter a farsa da própria família e do inspetor da escola. Um filme leve, de trama despretensiosa e que funciona muito bem - tanto que conquistou uma legião de fãs.Gabriel Pereirahttp://www.blogger.com/profile/05414683119797091036noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3725860853187159269.post-52201082503036053152012-03-30T20:27:00.001-03:002012-03-30T21:23:26.706-03:00O que Prometheus, de Ridley Scott, nos reserva<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgJNfoLmoG2vwwRx-VL4ygwPreQHipxhko4JtQGfBg-xEcJhAhoL0BD-Iyo1s2JOFkUS-UuO2C-LC2uELlepUqjZ0_awNLrpvlCjWjpAWIHhBd_xInaTeUG0X8-a_J_CK190OqxOdi-cJU/s1600/prometheus-poster.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgJNfoLmoG2vwwRx-VL4ygwPreQHipxhko4JtQGfBg-xEcJhAhoL0BD-Iyo1s2JOFkUS-UuO2C-LC2uELlepUqjZ0_awNLrpvlCjWjpAWIHhBd_xInaTeUG0X8-a_J_CK190OqxOdi-cJU/s200/prometheus-poster.jpg" width="134" /></a></div>
Já se vão 30 anos desde que Ridley Scott dirigiu <i>Blade Runner</i>. O filme viria a se tornar um ícone da ficção científica nas três décadas posteriores, mas Scott nunca mais voltaria a fazer algum trabalho no gênero. Na verdade, Scott se tornou uma lenda do sci-fi mesmo tendo dirigido apenas dois filmes nesse estilo, o outro sendo <i>Alien</i>. O fato engraçado é que isso não indica uma sobrestimação do diretor. Esses dois filmes, junto com <i>2001</i>, <i>Star Wars</i> e uns poucos outros formam o panteão da ficção científica. Ainda que o trabalho de Scott tenha se mostrado bastante irregular nos últimos anos, alternando alguns filmes muito bons com outros pura e simplesmente dispensáveis ou precipitados, sua marca para o cinema já foi garantida. Isso faz com que o tão anunciado retorno de Scott ao gênero que o consagrou, programado para o meio deste ano, seja ainda mais ansiado. <i>Prometheus </i>já ganhou pôster, data de estreia (8 de junho), teve elenco e sinopse divulgados, mas ainda está mantendo escondida a maior parte de suas cartas, o que não só é natural, como estimula bastante discussões ao redor de si.<br />
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Os primeiros rumores anunciavam que <i>Prometheus </i>seria uma <i>prequel </i>a <i>Alien</i>, mas essas especulações gradualmente foram desmentidas. Por fim, descobriu-se que, segundo o próprio Scott, o longa será apenas um antecessor indireto a <i>Alien</i>, situando as duas obras num mesmo universo, mas sem uma conexão mais avançada. Alguns elementos em comum são óbvios: Michael Fassbender interpretará um androide, uma das marcas da série de ficção e terror - e mote central de <i>Blade Runner</i>, é claro -, e a trama mostra o homem começando a ganhar distâncias mais além no espaço. No centro do enredo está a descoberta de um mapa estelar entre achados arqueológicos de uma variedade de sociedades da Antiguidade. Uma equipe embarca na nave Prometheus para seguir as indicações do mapa, buscando respostas para mistérios que podem estar por trás das origens da própria humanidade. Porém, eles acabam se deparando com algo maior do que imaginavam, e mais perigoso. No elenco estão ainda Noomi Rapace, Charlize Theron e Guy Pearce.<br />
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Impossível dizer o quanto estou empolgado para esse filme. Como fã de <i>Alien</i>, <i>Blade Runner</i> e Ridley Scott, esse novo trabalho do diretor é aguardado com expectativa. Ainda levo fé na capacidade de Scott de entregar um bom filme, apesar de algumas decepções recentes. No mais, o trailer é fantástico, e dá indicações de que os efeitos e a fotografia serão dignos de nota. É com o trailer, justamente, que encerro este post. Assistam e tirem sua próprias conclusões. Enquanto isso, esperamos junho chegar...<br />
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<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="http://www.youtube.com/embed/HHcHYisZFLU" width="420"></iframe>Gabriel Pereirahttp://www.blogger.com/profile/05414683119797091036noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3725860853187159269.post-43076259314038426182012-03-26T21:00:00.000-03:002012-03-26T21:00:23.799-03:00Análise: Jogos Vorazes<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgynobo0udPVZkgqjS5kR5tgapf0wNKBqOIrmLjAbl93yS4vE4q_UCHBncwFIMy2yNUy260V2ZWZlT0vVcGgJSO0QJ4HJW5U_LKZnj101I-ONOp9CMyeRGTkbw_PIQYxhvuocL4l-s0wWs/s1600/Jogos-Vorazes-Poster-Final.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgynobo0udPVZkgqjS5kR5tgapf0wNKBqOIrmLjAbl93yS4vE4q_UCHBncwFIMy2yNUy260V2ZWZlT0vVcGgJSO0QJ4HJW5U_LKZnj101I-ONOp9CMyeRGTkbw_PIQYxhvuocL4l-s0wWs/s200/Jogos-Vorazes-Poster-Final.jpg" width="135" /></a>Adaptar livros é uma das maiores tendências cinematográficas dos últimos tempos. Isso em alguma medida sempre aconteceu (é só pensar que <i>E o Vento Levou...</i>, um dos primeiros clássicos do cinema, é uma adaptação de um romance), mas a cada ano parece que a maior parte dos lançamentos mais comentados se encaixa nesse estilo. Não tenho nada contra. Desde que bons filmes sejam produzidos assim, acho um recurso válido. Alguns livros, contudo, são extremamente difíceis de serem transferidos para as grandes telas, seja por seu conteúdo, seja por sua própria natureza literária particular, já que cinema e literatura são, a princípio, linguagens diferentes em essência. Assistindo<i> Jogos Vorazes</i>, não pude deixar de admirar as pessoas envolvidas na produção do filme. As particularidades do original, um texto que toca em temas delicados, brutais e com características extremamente sombrias tornavam sua versão cinematográfica algo bastante complicado. A equipe liderada pelo diretor Gary Ross, entretanto, conseguiu superar esses problemas e fazer um trabalho excelente, que já está sendo alardeado por algumas pessoas como uma das melhores adaptações dos últimos tempos.<br />
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A história do filme se passa em uma realidade pós-apocalíptica, onde o que era a América do Norte foi transformado em uma nova nação chamada Panem. No passado, os 13 distritos de Panem se rebelaram contra a capital protestando por causa de suas condições miseráveis. A revolta foi contida e, como lembrete de sua supremacia e aviso para possíveis novas revoltas, a capital instituiu os Jogos Vorazes. Os Jogos funcionam como um programa de televisão no formato de reality show onde todo ano um garoto e uma garota de cada distrito, de uma faixa que vai entre 12 e 18 anos, são selecionados para competir em uma arena até a morte, quando o último sobrevivente é aclamado o campeão.<br />
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Antes de mergulhar na análise, duas considerações. Uma é que o filme bateu recorde de público numa semana de estreia, figurando entres as três mais lucrativas aberturas da história do cinema. A outra é que o filme, como a sinopse indica, é razoavelmente pesado para crianças menores e exige um certo discernimento paternal. Agora, ao trabalho: o filme é incrivelmente bem executado. Gary Ross, Billy Ray e a autora Suzanne Collins fazem um roteiro ágil, bem-escrito e que consegue transpor as dificuldades de adaptação da história. O filme é excepcionalmente bem montado, mas depois que descobri que os responsáveis por esse departamento eram Stephen Morrione (ganhador do Oscar pelo maravilhoso <i>Traffic</i>) e Julliette Welfling , minha surpresa se justificou. A trilha assinada por T-Bone e James Newton Howard emociona pra valer, e lembra em alguns momentos o grande Michael Giacchino. Para não dizer que tudo são flores, a estética de câmera tremida que nunca gostei completamente me incomodou razoavelmente no começo, mas me acostumei eventualmente e superei esse porém.<br />
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Mas os louros vão, sem dúvida, para Jennifer Lawrence. A atriz já tinha feito bonito (em todos os sentidos - vocês não podem me ouvir, mas estou suspirando aqui) em <i>Inverno da Alma</i>, quando foi indicada ao Oscar. Depois do bom <i>X-Men: Primeira Classe</i>, Lawrence consegue um papel para solidificar sua carreira pós-aclamação e entrega uma atuação à altura da personagem. Além de Shuterland, o elenco também conta com a participação interessantes de nomes como Woody Harrelson e Stanley Tucci. <i>Jogos Vorazes</i> não é um filme fácil de digerir, com uma história que pode parecer bastante difícil de conciliar a princípio, mas o longa é consistente, tem uma mensagem poderosa e relevante e faz o ingresso valer muito a pena. É um ótimo começo para uma franquia, que pode render ainda bons frutos no cinema.<br />
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Nota: 5,0 de 5,0.Gabriel Pereirahttp://www.blogger.com/profile/05414683119797091036noreply@blogger.com0