E o Oscar 2011 foi embora. Graças a Deus. Sinto-me mentalmente esgotado em relação ao assunto "temporada de premiações" e preciso realmente tirar minha cabeça disso pelos próximos dias. Mas antes disso, é claro, preciso fazer o post obrigatório pós-cerimônia. E que cerimônia interessante. Nos aspectos gerais, a mais interessante dos últimos anos (o que contrasta com minha opinião em relação aos indicados como um todo, mas enfim). Aliás, verdade seja dita: a Academia premiou ontem, em maior ou menor quantidade, os seus melhores indicados de fato. Senti que ficou faltando apenas um pouco mais de atenção para A Árvore da Vida e Harry Potter e as Relíquias da Morte, mas no geral eu não tenho grandes objeções aos resultados da noite - bastante previsíveis, é verdade, mas justos. Eu pessoalmente teria dado Fotografia para A Árvore da Vida e Maquiagem para Harry Potter, mas que diferença isso faz, de qualquer forma? A distribuição foi justa: O Artista e A Invenção de Hugo Cabret são espetáculos visuais e aurais, algo que se reverteu em prêmios. Os dois filmes mais centrados em seus roteiros, Os Descendentes e Meia-Noite em Paris foram reconhecidos nas categorias de Adaptado e Original, respectivamente, o que mostrou bastante coerência na votação, também. Mas o que se pode dizer da cerimônia como um todo?
Eu já cansei de bater nessa tecla, mas preciso exemplificar isso aqui novamente: o tema de 2011 no cinema, uma tendência que se estendeu para o Oscar, foi a nostalgia. Os dois indicados que tinham como tema os primórdios do cinema somaram 10 Oscars. Mas não só nesse sentido: a Academia também foi extremamente nostálgica com relação a si mesma. Enfim, Woody Allen ganhou seu quarto Oscar. O último tinha sido década de 1980. Enfim, Meryl Streep ganhou seu terceiro Oscar. O último, adivinhem, tinha sido na década de 1980. Alguém pode dizer que a Academia errou em fazer isso? Ainda que as torcidas tenham sido outras, quantas pessoas realmente ficaram infelizes em ver nomes tão lendários do cinema sendo reconhecidos mais uma vez? São forças grandes demais, importantes demais para causar rejeição. E, é claro, uma última notinha em relação à nostalgia: Billy Crystal no comando, depois de quase dez anos afastado.
Foi uma noite de recordes, também. Eles sempre estão acontecendo, mas na noite de ontem eles apareceram em abundância. Foi a noite de Christopher Plummer, a pessoa mais velha a ganhar um Oscar competitivo em qualquer categoria, aos 82 anos. Foi a noite do primeiro Oscar para um filme iraniano, A Separação (o que me fez dar um grito de alegria, literalmente). Foi a noite que marcou a primeira ocorrência de dois Oscars consecutivos na história para alguém na categoria de Montagem, para duas pessoas, aliás: Angus Wall e Kirk Baxter, ano passado por A Rede Social, esse ano por Os Homens que Não Amavam as Mulheres (o segundo Oscar da noite que me fez dar um grito, aliás). Foi a noite em que pela primeira vez um ator francês levou o Oscar de melhor ator, Jean Dujardin. Foi a noite, enfim, em que 83 anos depois um filme mudo voltou a ganhar o Oscar de melhor filme.
Mas 2011 enfim está encerrado. Se o ano só começa depois do carnaval, o calendário do cinema dá seu pontapé inicial após o Oscar. Está na hora de receber 2012 e pensar nele. E amigo, que ano esse promete ser. O Cavaleiro das Trevas Ressurge. O Hobbit. Prometheus. Lincon. Os Vingadores. Valente. Jogos Vorazes. O Grande Gatsby. On the Road, dirigido por Walter Salles. Filmes de Steven Soderbergh, Quentin Tarantino, Paul Thomas Anderson, Tim Burton, Terrence Malick, Ang Lee e outros grandes diretores. É tanta coisa que vocês podem esperar por um post sobre o assunto logo, logo. 2012 é mais do que bem-vindo.
Caso você tenha voltado de alguma missão no espaço nas últimas horas e não faça ideia de quem ganhou o Oscar, você pode conferir minhas habilidades em copiar e colar logo abaixo:
FILME
"O Artista"
DIRETOR
Michel Hazanavicius - "O Artista"
ATOR
Jean Dujardin - "O Artista"
ATOR COADJUVANTE
Christopher Plummer - "Toda Forma de Amor"
ATRIZ
Meryl Streep - "A Dama de Ferro"
ATRIZ COADJUVANTE
Octavia Spencer - "Histórias Cruzadas"
ROTEIRO ORIGINAL
"Meia-noite em Paris"
ROTEIRO ADAPTADO
"Os Descendentes"
MELHOR FILME EM LÍNGUA ESTRANGEIRA
"A Separação" - Irã
ANIMAÇÃO
"Rango"
TRILHA SONORA ORIGINAL
"O Artista" - Ludovic Bource
CANÇÃO ORIGINAL
"Man or Muppet", de "Os Muppets", música e letra de Bret
McKenzie
MAQUIAGEM
"A Dama de Ferro"
DIREÇÃO DE ARTE
"A Invenção de Hugo Cabret"
FOTOGRAFIA
"A Invenção de Hugo Cabret"
FIGURINO
"O Artista"
DOCUMENTÁRIO (LONGA-METRAGEM)
"Undefeated"
DOCUMENTÁRIO (CURTA-METRAGEM)
"Saving Face"
EDIÇÃO
"Os Homens que Não Amavam as Mulheres"
CURTA-METRAGEM DE ANIMAÇÃO
"The Fantastic Flying Books of Mr. Morris Lessmore"
CURTA-METRAGEM
"The Shore"
EDIÇÃO DE SOM
"A Invenção de Hugo Cabret"
MIXAGEM DE SOM
"A Invenção de Hugo Cabret"
EFEITOS VISUAIS
"A Invenção de Hugo Cabret"
0 comentários:
Postar um comentário