
A história do filme se passa em uma realidade pós-apocalíptica, onde o que era a América do Norte foi transformado em uma nova nação chamada Panem. No passado, os 13 distritos de Panem se rebelaram contra a capital protestando por causa de suas condições miseráveis. A revolta foi contida e, como lembrete de sua supremacia e aviso para possíveis novas revoltas, a capital instituiu os Jogos Vorazes. Os Jogos funcionam como um programa de televisão no formato de reality show onde todo ano um garoto e uma garota de cada distrito, de uma faixa que vai entre 12 e 18 anos, são selecionados para competir em uma arena até a morte, quando o último sobrevivente é aclamado o campeão.

Antes de mergulhar na análise, duas considerações. Uma é que o filme bateu recorde de público numa semana de estreia, figurando entres as três mais lucrativas aberturas da história do cinema. A outra é que o filme, como a sinopse indica, é razoavelmente pesado para crianças menores e exige um certo discernimento paternal. Agora, ao trabalho: o filme é incrivelmente bem executado. Gary Ross, Billy Ray e a autora Suzanne Collins fazem um roteiro ágil, bem-escrito e que consegue transpor as dificuldades de adaptação da história. O filme é excepcionalmente bem montado, mas depois que descobri que os responsáveis por esse departamento eram Stephen Morrione (ganhador do Oscar pelo maravilhoso Traffic) e Julliette Welfling , minha surpresa se justificou. A trilha assinada por T-Bone e James Newton Howard emociona pra valer, e lembra em alguns momentos o grande Michael Giacchino. Para não dizer que tudo são flores, a estética de câmera tremida que nunca gostei completamente me incomodou razoavelmente no começo, mas me acostumei eventualmente e superei esse porém.
Mas os louros vão, sem dúvida, para Jennifer Lawrence. A atriz já tinha feito bonito (em todos os sentidos - vocês não podem me ouvir, mas estou suspirando aqui) em Inverno da Alma, quando foi indicada ao Oscar. Depois do bom X-Men: Primeira Classe, Lawrence consegue um papel para solidificar sua carreira pós-aclamação e entrega uma atuação à altura da personagem. Além de Shuterland, o elenco também conta com a participação interessantes de nomes como Woody Harrelson e Stanley Tucci. Jogos Vorazes não é um filme fácil de digerir, com uma história que pode parecer bastante difícil de conciliar a princípio, mas o longa é consistente, tem uma mensagem poderosa e relevante e faz o ingresso valer muito a pena. É um ótimo começo para uma franquia, que pode render ainda bons frutos no cinema.
Nota: 5,0 de 5,0.
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