Para todo apaixonado por cinema, dezembro é um dos melhores meses do ano. Não só os estúdios tendem a lançar suas melhores cartas nessa época do ano, botando no circuito os filmes em que costumam apostar mais em termos de reconhecimento da crítica, como esse fato está ligado diretamente à temporada de premiações que começa no último mês do ano.
Antes de qualquer coisa, eu deixo bem claro que sei que premiações não mudam (ou não deveriam mudar) quase nada. O reconhecimento é legal, é claro. Qualquer um que se dedique a algum projeto por um longo tempo gosta de ver o resultado ser bem recebido. Porém, no mais, esse não deveria ser o objetivo último e único do cinema. Só que para muito estúdio por aí, é.
A razão pela qual estou fazendo toda essa mea culpa é simples: apesar de tudo isso, eu sou um apaixonado pela temporada de premiações. Viro fã, defendo meus favoritos, analiso todas as escolhas. Então não posso deixar esse momento passar batido no blog e tentarei fazer a melhor cobertura possível de tudo que está acontecendo nos círculos de críticos por aí.
Os Estados Unidos, para ser exato, possuem inúmeros círculos de críticos, quase que um para cada estado, no mínimo. Dentre eles, uma boa parte já divulgou suas premiações para melhores do ano, o que faz com que analisar absolutamente todos seja algo exaustivo tanto de se escrever quanto para quem lê. Sendo assim, preparei esse resumo abaixo para mostrar como os principais grupos têm votado e o que isso nos indica para os grandes prêmios mais a frente. (Obs.: Muitos desses filmes ainda não foram lançados no Brasil e têm títulos apenas provisórios, que utilizarei para facilitar. Tenham em mente que eles podem não ser definitivos ainda)
- Melhor filme: Quase todas as premiações têm se dividido aqui entre quatro filmes. O Artista parece ser o queridinho da temporada, tenho levado essa categoria com os críticos de Nova York e Boston. Com sua estética de filme preto e branco e mudo, é experimental o bastante para chamar atenção, mas não é estranho demais para ganhar prêmios. É o grande favorito da temporada, até agora. Também aparecendo bem posicionado está Os Descendentes, de Alexander Payne, que conquistou os críticos de Los Angeles. A Árvore da Vida (de quem falaremos melhor no próximo post) ganhou em San Francisco e mais cedo no ano foi premiado com a Palma de Ouro em Cannes. O azarão é A Invenção de Hugo Cabret, que levou o tradicional National Board of Review Awards.
- Melhor diretor: O novato Michel Hazanavicius, por O Artista, e o veterano Terrence Malick, por A Árvore da Vida, são os mais cotados até o momento. Martin Scorsese sempre é candidato, e seu A Invenção de Hugo Cabret tem surpreendido muita gente até aqui. É interessante notar que apesar das boas críticas de Os Descendentes, Alexander Payne não anda muito badalado nessa categoria. Acho que isso quer dizer algo...
- Melhor ator: Até aqui, o ano foi de George Clooney por Os Descendentes. Brad Pitt tem vindo logo atrás por O Homem que Mudou o Jogo. Muita gente está esperançosa por uma possível indicação de Gary Oldman ao Oscar nessa categoria por O Espião que Sabia Demais. Eu, sem dúvidas, sou um deles, afinal Oldman é um dos melhores atores em atividade e a Academia nunca se dignou a indicá-lo uma vez sequer, razão pela qual mantenho um pé atrás, apesar de tudo.
- Melhor atriz: Há muito se fala que esse ano é, enfim, o ano do segundo Oscar de Meryl Streep, que ela já ganhou por sua Margareth Tatcher em A Dama de Ferro, que a disputa pode acabar aqui. Ela de fato vem conquistando prêmios por sua performance e é a favorita, mas a disputa está longe de estar morta. Viola Davis aparece como a maior ameaça por Histórias Cruzadas, e Michelle Williams, que vem se mostrando uma das atrizes mais promissoras de sua geração, pode surpreender com sua atuação em Minha Semana com Marilyn.
Conforme a temporada avançar, falarei mais detalhadamente sobre cada categoria, assim como as de roteiro, atores coadjuvantes e prêmios técnicos.
Dia 14 o Screen Actors Guild anunciará seus indicados para os prêmios de atuação da temporada e dia 15 é a vez do Globo de Ouro. A temporada está só esquentando.
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