É difícil, muito difícil, não gostar de Tom Hanks. Sendo sincero, diria que não conheço ninguém com coragem o bastante para se apresentar dizendo o contrário. E não é pra menos. Hanks tem uma carreira imensa, onde já atuou nos mais diversificados papéis, sempre com um talento imenso, além de ser um dos poucos atores a possuir um tino extremamente forte tanto para a comédia quanto para o drama. Embora não seja exatamente um grande fã dos filmes mais recentes de Hanks (chegando até mesmo a achar alguns bem ruins), o fato inegável é que a contribuição dele para o cinema é tão relevante que é impossível se importar de verdade com esse fato.
Thomas Jeffrey Hanks nasceu em 1956, na Califórnia. Já mostrando desde jovem seu talento para a comédia, Hanks começou a carreira fazendo participações em seriados de TV na década de 1980. Um pouco depois, ele fez suas primeiras aparições nas grandes telas, a maior parte em comédias Sessão da Tarde como Um Dia a Casa Cai. Porém, em 1989, veio seu primeiro grande papel em Quero Ser Grande. A história do garoto que faz um pedido de se tornar adulto e acorda no dia seguinte com o desejo realizado é talvez a sua atuação mais memorável e icônica em comédia. Alguém que viu o filme realmente consegue esquecer a cena de dança no piano, uma das mais famosas do cinema?
Após o filme, Hanks virou uma das estrelas mais famosas de Hollywood, o grande nome da comédia. Talvez esse "estigma" tenha causado uma certa estranheza nas pessoas na ocasião do lançamento de Filadélfia, em 1993. O filme era um drama intenso, baseado na história real de um homossexual portador do vírus da AIDS, o que naquela época (e só lá?) era o mesmo que a morte social. Qualquer estranheza, porém, logo morreu. Hanks arrebentou, para dizer o menos, e entregou o que para mim é a melhor atuação de sua carreira. A cena, bastante rápida até, em que o personagem de Hanks, Andy, sai do escritório do advogado vivido por Denzel Washington arrasado por ter seu caso de processo contra seu trabalho recusado mais uma vez é arrepiante. Hanks não precisa falar nada: seu olhar reflete toda a decepção e desamparo que seu personagem vem sofrendo. O Oscar de melhor ator daquele ano não surpreendeu ninguém.
E Hanks ainda emendaria outro Oscar no ano seguinte, com sua emocionante interpretação como o inesquecível Forrest Gump. Forrest é talvez seu personagem mais complexo e atuação mais difícil, um papel por onde não só se reconta a história dos Estados Unidos - de um jeito, é claro, bem inusitado - como também chama a atenção para os pequenos detalhes que formam a vida.
A década de 1990 ainda nos presenteia com outras grandes atuações de Hanks: o astronauta Jim Lovell, que se vê numa situação desesperadora no espaço com dois colegas em Apollo 13; o determinado capitão que arrisca sua vida para salvar um soldado em O Resgate do Soldado Ryan; e, já em 2000, o analista de sistemas da cidade grande que acaba isolado da civilização em um ilha após um acidente de avião em Náufrago (que também é um dos títulos em português mais loucos já cunhados, uma vez que, bem, não existe naufrágio nenhum). Também não posso deixar de mencionar, até porque um amigo meu me mataria se eu fizesse isso, de sua participação na trilogia Toy Story, emprestando sua voz ao personagem Woody.
Se de uns anos para cá os papéis de Hanks não têm sido grande sucesso de crítica nem caiam no meu gosto pessoal (morro um pouco a cada filme em que ele interpreta o Robert Langdon criado por Dan Brown - nada contra os livros, tudo contra suas adaptações), a importância de Tom Hanks para o cinema e sua posição como maior ator da atualidade seguem inabaláveis. Verdade seja dita, com muito mérito. Afinal, o cara já se tornou uma lenda da sétima arte. deixa ele se divertir um pouco, vai.
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